Não é todos os dias que uma instituição tão relevante celebra 140 anos de existência. A Voz do Operário pela mão dos trabalhadores da indústria tabaqueira foi fundada, inicialmente, em 1883, para dar sustentação económica a este jornal, com o mesmo nome, criado quatro anos antes. A trajetória deste projeto perpassa quase século e meio de grandes transformações sociais e políticas seguindo os valores da emancipação, justiça social, paz e progresso. Gerações e gerações de mulheres e homens foram capazes de dar corpo a uma instituição que cresceu ao lado da comunidade e dos trabalhadores.
Para muitos, A Voz é uma escola, para outros um jornal, também um centro de convívio ou uma sala de espetáculos. Há quem ache que é um arraial nas festas da cidade ou uma marcha infantil que atravessa a Avenida da Liberdade. Para muitos, A Voz do Operário é a comida que lhes entra pela casa pela mão das trabalhadoras da instituição através do apoio domiciliário. Há quem ache que é um lugar de debates, reuniões e participação democrática e há quem vá ali só para cortar o cabelo. Há quem pense que fica apenas na Graça, outros que fica na Ajuda e Restelo, mas também no Lavradio, Baixa da Banheira e Laranjeiro. Na verdade, A Voz do Operário é isso tudo. É um espaço amplo que a todos abraça com o seu projeto de associativismo, em qualquer um dos seus espaços, numa caminhada ímpar sempre em busca de se ligar à comunidade, oferecendo o melhor das relações humanas.
Este vai ser um ano de celebração com um programa vasto de iniciativas que pretende valorizar a história da instituição projetando-a no futuro. Porque, no fundo, é para isso que A Voz do Operário foi fundada. Para lançar na terra as sementes de um mundo melhor para todas e todos.