O Partido Comunista Português é criação heróica da classe operária que com ela escreveu inesquecíveis páginas da memória das lutas de gerações e gerações de trabalhadores. Foi há cem anos, a 6 de Março de 1921, que mulheres e homens decidiram fundar uma organização que olhou com admiração para a gesta dos comunards que ousaram assaltar os céus na Comuna de Paris e dos bolcheviques na Rússia. Quase metade da sua história foi passada na clandestinidade, com militantes presos, torturados e assassinados, com a coragem desmedida de quem preferiu desafiar a morte a submeter-se ao silêncio obediente da longa noite fascista. 

Só um partido enraizado nos trabalhadores e no povo podia ter resistido à ditadura que mais tempo durou na Europa. Foi o único que sobreviveu e foi protagonista da revolução de Abril, à qual dedicou as suas forças na consolidação de uma democracia participativa com justiça social. Independentemente da posição que cada um possa ter em relação ao PCP, é um partido que vai muito para além da sua força eleitoral com reconhecido trabalho dos seus militantes nos sindicatos, nas associações e coletividades e nas instituições.

Cem anos depois, os comunistas continuam a encabeçar um projeto que honra os princípios pelo qual se fundou o PCP. A defesa dos trabalhadores tem neste partido uma voz imprescindível que merece o respeito de todos os progressistas e democratas.

O 8 de Março é outra data que importa assinalar por tudo o que já se conquistou e pelo que ainda falta conquistar. O Dia Internacional da Mulher é o dia em que se assinala a luta para que se acabe com todas as formas de discriminação sobre as nossas mães, filhas, companheiras e colegas de trabalho. A exploração laboral, as diferenças salariais, o desrespeito pela vida sexual e reprodutiva e a violência exercida sobre as mulheres é uma realidade que urge erradicar. Não é um dia de festa, é um dia de luta.

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