Passam agora 48 anos da gloriosa revolução que derrubou a ditadura fascista, tantos quantos os que durou este regime que aterrorizou os portugueses e os povos das ex-colónias. O fascismo não foi apenas um regime de opressão e obscurantismo, foi também a expressão organizada de um poder num Estado ao serviço dos monopólios e dos grandes agrários que sujeitaram os trabalhadores e o povo a uma brutal exploração e o país ao atraso. Durante quase meio século, as elites políticas e económicas do fascismo protegeram o seu poder através do aparelho repressivo do Estado, institucionalizando a violência, o medo e a coerção como modos de perpetuar o seu jugo. A tortura era ferramenta corrente. Importa relembrar que de branda nada teve esta ditadura. Importa não esquecer os que pereceram às suas mãos. Lembrá-los é condição para honrar a democracia que com a revolução vingou e é condição para dela não nos perdermos.

Libertar Portugal do fascismo e promover a melhoria das condições de vida das massas e o desenvolvimento do País exigiu a liquidação simultânea do poder político e do poder económico das forças que sustentavam o fascismo – os monopolistas e latifundiários –, seus verdadeiros beneficiários. Não bastava, como pretendiam sectores da burguesia liberal, promover apenas mudanças políticas no regime.

A revolução de Abril foi feita também pela paz, contra a opressão nas ex-colónias, no respeito pela soberania e autodeterminação, libertação e emancipação dos seus povos.

No momento em que vivemos, lembramos os povos que enfrentam lutas diárias na construção da paz.

E com o despontar da primavera, ao recreio d’A Voz do Operário regressam, após três anos de paragem, as crianças da Marcha Infantil. Prontas para recuperar o tempo perdido, encontram-se todos os fins de tarde para preparar o desfile das Festas Populares que este ano regressam também por toda a cidade e ao Arraial d’A Voz. Até lá, encontramo-nos na Avenida da Liberdade, dia 25 de Abril, para celebrar e defender a revolução que foi e é futuro.

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