Editorial

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Participação, pilar da democracia

Este é o mês do 141.º aniversário d’A Voz do Operário, fundada através do jornal com o mesmo nome nascido quatro anos antes. Em 2024, quando se assinala exatamente meio século da revolução de Abril, a instituição decidiu homenagear Álvaro Siza Vieira, figura maior da arquitetura portuguesa. A Voz do Operário mantém-se firme nos valores que a semearam e de pé em defesa da democracia. 

Com uma situação política e social instável, o país enfrenta eleições que vão marcar os próximos anos. É cada vez mais evidente que a comunicação social, sobretudo a televisiva, carrega em ombros o Chega e silencia a CDU. Com a crise social a galopar perante um PS mais preocupado em agradar aos grandes grupos económicos e financeiros do que à população trabalhadora, a imprensa quer canalizar o descontentamento para a extrema-direita e evitar dar força à esquerda.

A crise que a comunicação social atravessa também parte da sua descredibilização com anos e anos de costas voltadas para a vida real de quem trabalha. A concentração dos meios de comunicação nas mãos de uns poucos favorece o ambiente anti-democrático que se está a fomentar.

Com o congresso da CGTP-IN à porta, o país devia estar mais atento ao debate e às conclusões da maior central sindical nacional. A democracia expressa-se na participação de todos na vida coletiva, seja na coletividade, num movimento, na associação de moradores, no sindicato ou num partido. Eles querem que a democracia se limite a um boletim de voto a cada quatro anos, mas a melhor homenagem que poderíamos fazer aos 50 anos do 25 de Abril seria construirmos coletivamente o país através da participação de cada um de nós.

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