As eleições autárquicas que se realizam a 26 de setembro vão ser uma oportunidade para as populações avaliarem o trabalho realizado por câmaras municipais, juntas de freguesia e assembleias municipais por todo o país. Longe da construção de um modelo democrático de participação na gestão das políticas locais, são muitos os municípios que apostam em defender os interesses de grupos económicos, da especulação imobiliária, da privatização dos serviços e financeirização das cidades. São muitos os autarcas que aprofundam políticas anti-democráticas, precisamente porque longe de servirem as populações preferem servir-se delas, mas há também milhares de eleitos que contribuem para políticas de progresso social, inclusão e justiça. Através do voto e da luta, cabe aos eleitores fazer pender a balança para o lado certo.

Os protagonistas da revolução francesa decidiram romper com a ordem antiga e criar um calendário absolutamente novo. Cada mês tinha um nome distinto. Aquele em que estamos seria “frutidor”, devido às “frutas que o sol faz dourar e amadurecer de agosto a setembro”, de acordo com os termos do relatório apresentado à Convenção em 3 brumário do ano II de 1793.

Independentemente do nome, setembro continua a ser mês de “frutas que o sol faz dourar” e é nele que todos nos reencontramos para dar as boas vindas ao novo ano letivo. Para alunos, pais, professores, educadores e auxiliares, para toda a comunidade escolar, é um importante momento de regresso a um coletivo a que todos pertencemos. Para tantos outros, é o primeiro contacto com A Voz do Operário e o seu modelo educativo alternativo. Será também a primeira vez que muitos folheiam esta histórica publicação fundada em 1879 por trabalhadores tabaqueiros. É hoje o mais antigo jornal operário do país. Aqui damos voz àqueles que raramente a têm nas principais rádios, televisões e jornais. Procuramos abordar temáticas geralmente invísiveis e ver o outro lado dos acontecimentos.

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