Com junho começa o verão. Em Lisboa, as marchas e os arraiais tomam conta da cidade. Como sendo a maior coletividade popular da capital, A Voz do Operário é também parte das celebrações. Seja com a marcha infantil, que leva as comemorações dos 50 anos da revolução às marchas, seja com o arraial, a instituição é já parte deste rio de festa.
Por outro lado, as eleições ao Parlamento Europeu estão em marcha e representam uma oportunidade para votarmos nos programas que entendamos adequados à forma como olhamos para a União Europeia e para as suas instituições. A imposição desde Bruxelas e Estrasburgo, a mando das grandes potências, sobre a forma como nos devemos governar deve merecer o nosso cartão vermelho. A cumplicidade da União Europeia com Israel, quando há um genocídio em curso contra o povo palestiniano, também deve pesar na nossa reflexão. Mas, sobretudo, o alinhamento com os grandes grupos económicos e financeiros na retirada de direitos sociais, políticos e económicos deve fazer-nos olhar para a jornada eleitoral como um ato de protesto. Quando soam os tambores da guerra, é também tempo de votar na paz.
É significativo que PSD e CDS se tenham recusado a reconhecer o Estado da Palestina, seguindo o exemplo de países como Espanha, Irlanda e Noruega. E é igualmente lamentável que o PS tenha recusado essa solução quando tinha maioria absoluta. Uns e outros fingem condenar os ataques sobre Gaza mas nada fazem na prática para efetivar o reconhecimento legítimo do Estado da Palestina.
Por cá, o novo governo mostra ao que vem aprofundando a privatização do Serviço Nacional de Saúde através das portas abertas pelo PS. Uma vez mais, cabe-nos, enquanto povo, tomar as rédeas dos destinos do país, lutarmos para construir uma alternativa que rompa e garantir que escolhemos políticas que nos sirvam a todos e não apenas a alguns.