A extrema-direita faz do negacionismo um cavalo de tróia. O ataque permanente à ciência não é uma novidade. A disseminação de informações falsas sobre a crise sanitária, entre outras, pretende cavalgar o legítimo descontentamento com a crise geral do capitalismo. Não são contra o sistema mas pretendem aparecer como tal. O fascismo não é anti-sistema, é a resposta violenta do sistema para atacar direitos sociais, económicos, políticos e culturais. A mentira tão pouco é invenção desta geração de ativistas do charlatanismo. 

Há problemas graves. Também na resposta política à pandemia e na distribuição das vacinas. Mas não há dúvidas de que existe uma pandemia e de que as vacinas são um dos principais instrumentos para a combater. É com o reforço do Serviço Nacional de Saúde, com a valorização dos trabalhadores e com a diversificação das vacinas, sem cair na lógica das farmacêuticas, que se pode armar uma resposta eficaz. Por outro lado, faltam políticas para defender quem trabalha das consequências económicas da pandemia.

O distanciamento dos principais órgãos de comunicação social da realidade vivida pela esmagadora maioria da população alimentou a descrença nesses meios e ajudou a popularizar as redes sociais. É um distanciamento que também se repete em relação aos partidos que se alternam no poder e que o próprio sistema resolve apresentando propostas que aparentem ser uma alternativa sem o ser. Marinho e Pinto, Paulo Morais, João Cotrim de Figueiredo, Suzana Garcia ou André Ventura são produto deste sistema. Se não o fossem, não teriam horas e horas de permanente tempo de antena em televisões, rádios e jornais, meios que são propriedade de importantes bancos e empresas.

Mais do que opiniões, contam os factos. Lutar pela verdade é também defender a democracia. E este é um combate urgente.

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