O futuro não tem de ser uma roleta russa. Não tem de ser uma roda da sorte. Depende de nós escolhermos forças políticas que saibam representar os nossos interesses. Se formos donos de grandes empresas ou bancos, acionistas à espera de receber os nossos dividendos, sabemos que votar na continuidade, ou mesmo em forças xenófobas que nos podem limpar a culpa acusando os imigrantes pela pobreza dos trabalhadores, a escolha é evidente. Tanto mais evidente que esses partidos terão comentadores escolhidos por nós em televisões

Mas se pertencermos à maioria da população e vivermos do suor do nosso trabalho então a nossa escolha não poderá ser a mesma dos nossos patrões.

Sabe-o bem Tiago Oliveira, novo secretário-geral da maior central sindical portuguesa, a CGTP-IN, que entende que o dia das eleições deve ser encarado como um dia de luta. Mas mesmo depois dessa jornada, as nossas escolhas políticas não estão confinadas ao boletim de voto. É nos nossos locais de trabalho e nos nossos bairros que essa escolha é feita diariamente. Se entendermos que a luta coletiva é o que pode decidir os nossos futuros, em que o voto é apenas mais uma das suas expressões, não seremos deixados à sorte de governos que acabam sempre por beneficiar uma minoria.

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