Sociedade

Inflação

Medidas do Governo degradam pensões

No pacote de medidas anunciadas pelo governo, e destinadas a minimizar os efeitos da inflação galopante, que atinge já os 9%, o destaque dado à meia pensão que será pontualmente paga em outubro deste ano não contraria, pelo contrário, acentua a degradação generalizada das pensões. Devido a esta medida, as pensões no próximo ano terão uma atualização inferior ao que estava previsto pelo governo e inferior à inflação prevista.

A atualização das pensões, que será, em 2023, de 3,53 % (pensões superiores a 2.659 €) e de 4,43 % para pensões não superiores a 886 €, vai depreciar ainda mais a qualidade de vida dos pensionistas.

Ao não cumprir a atualização prometida (entre os 7,1 % e os 8 %) continuará esse trajeto de empobrecimento dos pensionistas em 2023, face até à inflação esperada.

Tudo isto se traduzirá numa diminuição substancial da qualidade de vida de perto de 3 milhões de pensionistas, quase 30 % da população portuguesa, sendo que a pensão média dos pensionistas coloca uma parte substancial desta população em situação de pobreza extrema.

Por outro lado, ao contrário das medidas anunciadas noutros países da UE, designadamente pela Alemanha, o governo português decidiu não taxar os lucros extraordinários das grandes empresas, designadamente no setor da energia e distribuição, lucros esses que estão na base da inflação que agravou a qualidade de vida das pessoas e empurra as pequenas e médias empresas para situações de falência.

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