São esperadas milhares de pessoas na manifestação nacional que se realiza no próximo dia 9 de março, em Lisboa, para exigir igualdade e justiça social no âmbito do Dia Internacional da Mulher. De acordo com Sandra Benfica, do Movimento Democrático de Mulheres (MDM), a iniciativa tem ponto de encontro marcado para os Restauradores, às 14h30, e a organização convida todas as mulheres que “vivem, trabalham ou estudam nos vários distritos do país a participar”.
A manifestação que vai terminar na Ribeira das Naus pretende dar voz aos problemas mais sentidos pelas mulheres. Entre as razões enumeradas pelo MDM está o fim das discriminações laborais e sociais. O fim da precariedade, a valorização dos salários, a redução da semana de trabalho para as 35 horas e o direito à carreira profissional e à progressão sem discriminações por maternidade ou paternidade são outras das reivindicações deste movimento que também exige mais participação social, política e cultural das mulheres. Outra das razões apresentadas prende-se com o combate à violência contra as mulheres e raparigas reforçando a proteção às vítimas e impedindo a mercantilização do corpo da mulher. Para a iniciativa vão estar disponíveis vários tipos de transporte nas diferentes regiões do país. Essa informação está disponível na página do movimento.
Foi a 8 de março de 1917 que dezenas de milhares de mulheres revoltadas fizeram greve e se manifestaram pelas ruas de Petrogrado, então capital do Império Russo, exigindo comida e o fim da participação na I Guerra Mundial. Nesse dia, paralisaram mais de 90 mil trabalhadoras. Perante o descrédito do czarismo, os soldados recusaram reprimir a manifestação e parte deles aderiu aos protestos. Nas jornadas seguintes, uma potente greve geral parou Petrogrado num processo de luta que antecipava o fim do regime monárquico dali a poucos dias.
Só em 1977 é que a Assembleia-Geral das Nações Unidas convidou os Estados-membros a proclamar o dia 8 de março como o Dia Internacional da Mulher que já era assinalado em muitos países.
MDM solidária com a operária Cristina Tavares
De acordo com um comunicado enviado aos órgãos de comunicação social, o MDM exige a intervenção do governo no caso de Cristina Tavares. Em causa estão as ações contra a trabalhadora Cristina Tavares, por parte da corticeira Fernando Couto, após a sua reintegração por ordem judicial. A operária foi novamente despedida a 11 de janeiro, após a empresa ter sido multada em 31 mil euros pela Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), que deu como comprovado os atos repressivos. “Não podemos continuar a admitir a impunidade verificada, por parte de empresários sem escrúpulos, que desrespeitam continuadamente a lei, as decisões da ACT e dos próprios tribunais, pondo em causa os princípios democráticos que orientam constitucionalmente as nossas vidas”, pode ler-se.