O texto foi elaborado por Ernesto Melo Antunes, Vasco Gonçalves e Victor Alves. No mesmo dia, um grupo de oficiais, com ligações ao General António de Spínola, põe a circular, para recolha de assinaturas, uma declaração de apoio ao próprio, então Vice-Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas.
No dia 11 do mesmo mês, realiza-se uma reunião do movimento de oficiais onde se atribui a responsabilidade operacional a Otelo Saraiva de Carvalho e a responsabilidade política a Victor Alves. Dois dias depois, Marcelo Caetano recebe os generais Costa Gomes e António de Spínola, que o informam das razões da decisão de não comparecerem no dia seguinte à cerimónia de apoio ao chefe do governo. Marcelo Caetano diz-lhes que, nesse caso, serão destituídos. A cerimónia de solidariedade com o regime, levada a cabo por oficiais-generais dos três ramos das Forças Armadas, acabou conhecida como “Brigada do Reumático”. A demissão confirmada dos dois generais aprofunda as contradições internas no regime fascista.
Perante a notícia, o capitão Virgílio Varela, do Regimento de Infantaria 5, das Caldas da Rainha, informa a Comissão Coordenadora do MFA que se não houver uma reação à demissão dos dois generais, sairá sozinho com a sua unidade rumo a Lisboa. O levantamento militar dá-se a 16. Os capitães do Regimento de Infantaria 5, das Caldas da Rainha, tomam o comando do quartel e, de madrugada avançam, sobre a capital, sob o comando do capitão Armando Ramos. É a única unidade a sair, numa ação descoordenada e sem êxito. São presos cerca de duzentos militares, entre os quais Almeida Bruno, Manuel Monge, Casanova Ferreira, Armando Ramos e Virgílio Varela.
Mais tarde, o capitão Salgueiro Maia afirmaria que naquele momento, com camaradas na prisão, com quem haviam partilhado a Academia Militar e combates nas colónias, os militares estavam mais decididos do que nunca a avançar para um levantamento. O golpe das Caldas, como ficou conhecido, seria a antecâmara do 25 de Abril.