Na Sessão Solene dos 140 anos d’A Voz do Operário, o Presidente da República lembrou os diversos momentos percorridos por esta instituição, desde a monarquia Constitucional, 1.ª República, seguido do período da ditadura fascista e democracia. É, pois, uma instituição que percorreu diversos contextos políticos, económicos e sociais. E, se o ato da fundação é um momento de revolta e de afirmação de vida que exigiu, por parte dos fundadores, muita coragem e determinação, não é menos corajoso manter viva e ativa uma instituição durante 140 anos, sobretudo como A Voz do Operário que, independente de ondas e marés, mesmo em condições de grande dificuldade, teve o poder de responder sempre, cumprindo o propósito fundador. E mais do que isso, adaptando sempre as necessidades da sua massa crítica, que nunca lhe faltou e ainda dando palco e guarida a inúmeras outras instituições, alavancando assim o espírito do movimento associativo. Ora, esse poder é o de transformar e transformar-se, legitimando, durante 140 anos, o ato fundador. Esta instituição não resistiu 140 anos, viveu-os de frente para a vida, pese embora outros poderes que o combateram ou que o ignoram, porque o poder transformador é mais forte que outros poderes que, perdoe-me Zeca Afonso, não passam de um redondo vocábulo. Por isso, em tempo de comemoração falamos da escola da Calçada da Ajuda, uma escola democrática, feita por gente que dialoga com os espaços, elimina barreiras e constrói a mais nobre razão da escola, a felicidade de aprender. Falamos de habitação, numa conversa com o arquiteto Tiago Mota Saraiva e das urgências e intermitências de um direito constitucional. Esclarecemos os equívocos sobre a sustentabilidade da Segurança Social e olhamos para a Guerra na Ucrânia, pela pena do Major General Agostinho Costa.

Artigos Relacionados