Novembro é mês de fado n’A Voz do Operário. Enraizada nos bairros operários, este estilo musical é indissociável da história desta instituição. É já no dia 12 que vamos receber de braços abertos a Gala de Fado. Também com raízes profundas na classe trabalhadora, o desporto abre, muitas vezes, caminho à solidariedade e ao compromisso com as transformações sociais. É a humanidade que se tenta superar fisicamente e socialmente. O exemplo do atleta guineense Braima Dabó que voltou atrás para ajudar outro corredor a chegar à meta mostra isso mesmo. A atividade desportiva ajuda a superar diferenças, reforça a interajuda e é cada vez mais necessário combater os valores dos que querem fazer do desporto pouco mais do que um negócio.

Também neste contexto, o novo quadro político saído das eleições legislativas traduz uma derrota dos partidos que encabeçaram as políticas da troika em Portugal mas simultaneamente uma descida dos partidos à esquerda do PS e, em consequência, mais liberdade para que o novo governo possa voltar à bússola avariada que apenas aponta para a direita. Já na anterior legislatura, António Costa aprovou alterações à legislação laboral que receberam os aplausos do patronato e o protesto dos trabalhadores. Tudo indica que é esse o trajeto que o novo governo quer voltar a trilhar e não há outro caminho para quem trabalha que lutar por avanços sociais nos locais de trabalho e nas ruas.

O percurso deste sistema que promove a injustiça social é posto cada vez mais em causa pelos povos que em todo o mundo fazem do outono uma estação de revolta. No Equador, no Chile, na Catalunha, no Haiti, na Argentina, no Líbano e em tantos outros lugares, por diferentes motivos, os trabalhadores levantam-se por direitos sociais e políticos. São, hoje, muitos os exemplos que demonstram que o capitalismo asfixia a liberdade e promove as desigualdades.

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