Editorial

Israel empurra Médio Oriente para o abismo

No mês em que este jornal celebra 145 anos, o mundo aproxima-se ainda mais do abismo. O mais antigo jornal operário do país atravessou a monarquia, a primeira república, a ditadura fascista, a revolução e a contra-revolução. É, de facto, impressionante que tantas gerações de mulheres e homens tenham sido determinantes para carregar em ombros uma publicação ao longo de quase século e meio sem o apoio dos grandes grupos económicos e financeiros. Neste número, repetimos aquilo que sempre fizemos. Dar destaque a temas que incomodam os mais poderosos e pôr-nos do lado de quem trabalha, dos explorados.

Simultaneamente, dada a gravidade da situação internacional, com Israel a ultrapassar todas as linhas vermelhas, o nosso jornal decide dar destaque não só ao que se passa na Palestina mas também à invasão do Líbano pelas forças israelitas, depois do assassinato das principais figuras do Hezbollah e da agressão à Síria, ao Irão e ao Iémen. Nesse sentido, com o direito internacional moribundo e o papel das Nações Unidas cada vez mais diminuído, os Estados Unidos e Israel empurram o mundo para o precipício da guerra, enquanto bombardeiam populações. A urgência da luta pela paz e por um mundo sem ingerências externas é uma evidência e deve ser abraçada também como uma luta pela sobrevivência da humanidade.

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