MARÇO E A LUTA DAS MULHERES

A expectativa da maternidade 

"Amor", Paula Rego, 1995

Não é invulgar perguntarmos a uma mulher se está grávida, com base numa série de sinais que estão presentes durante toda a vida e em mulheres e homens. O cansaço, o aumento do apetite, as náuseas sem razão, o aumento de peso. É socialmente aceite perante um qualquer destes sintomas, colocar a questão… Não se pensa, não se equaciona é a repercussão que essa pergunta pode ter no receptor, na mulher. 

A um homem não se pergunta quando é que tem filhos, pode se perguntar quando é que casa, mas paternidade aparece depois.

Na mulher sozinha ou numa relação a pergunta é quase imediata… E em que fase da vida é que está esta mulher? A tentar engravidar há 3 anos sem conseguir, decidida que não faz parte dos seus planos, que não vê a maternidade com a natureza que meio mundo vê para ela? Pode estar grávida efetivamente, mas não ser um estado de graça, pode não conseguir avançar com a gravidez, optar por um aborto e sentir o peso das outras mulheres que não conseguem engravidar, pode ter acabado de perder a gravidez tão desejada. Pode um cem número de cenários ao longo da sua vida adulta, que não compete a um conhecido, colocar a questão e projetá-la para esse cenário.

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