Sociedade

Anti-racismo

Na rua contra o racismo

Milhares de pessoas participaram em manifestações e concentrações contra o racismo em oito cidades do país. Mais de 64 estruturas, entre as quais a Frente Anti-Racista e a Vida Justa, juntaram-se sob o mote “Vota Contra o Racismo”, num apelo lançado pelo Grupo de Ação Conjunta contra o Racismo.

Organização exorta forças políticas democráticas a assumir compromissos claros.

O objetivo da ação é reunir todos aqueles que acham urgente marcar uma posição contra os discursos de ódio que começam a ecoar em alguns partidos do espectro político nacional e internacional e, desta forma, afirmar os valores democráticos sempre presentes nas lutas contra todas as formas de discriminação.

“Numa altura em que o racismo, a xenofobia e a extrema-direita ganham terreno, não só em Portugal como em toda a Europa e a nível mundial, é urgente sair à rua e mostrar a nossa força para exigir propostas e ações significativas, concretas e eficazes para combater o racismo estrutural e institucional patente na sociedade portuguesa”, pode ler-se no texto disponibilizado ‘online’.

Os organizadores sustentam que os protestos são uma forma de contestar a indiferença, a apatia e o desrespeito pelas conquistas da revolução de Abril, recordando as “tantas pessoas que deram a sua vida para deixar para trás a ditadura que a extrema-direita quer recuperar”. “A liberdade e a igualdade são os valores que nos movem na defesa da democracia! O silêncio das instituições é cúmplice. Não o acompanharemos nem o legitimaremos!”, sublinham.

Sobre esse silêncio, explicam, de acordo com a Lusa, que no dia 27 de janeiro enviaram uma carta aberta a várias entidades públicas, assinada por 8.474 pessoas, que pedia que fosse proibida a marcha de movimentos de extrema-direita contra a alegada islamização da Europa, e que aconteceu em 03 de fevereiro.

“A carta não obteve resposta de nenhuma das entidades destinatárias, revelando um desprezo total pelo apelo feito, abrindo caminho para a prática de crimes pelas ruas de Lisboa, testemunhados por um país inteiro, sem que as autoridades fizessem cumprir a lei”, criticam.

Defendem, por isso, que “é urgente” que todas as forças políticas democráticas assumam publicamente compromissos muito claros para combater o racismo, a xenofobia e a islamofobia.

A iniciativa vem na sequência da manifestação organizada pela extrema-direita este mês, a qual não foi permitida nos moldes inicialmente previstos e do discurso de ódio que tem vindo a ser normalizado no espaço público. Assim, desta forma, as ações, até pelo momento político vivido, ganham importância redobrada.

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