Mobilidade

Transportes

Transportes Sul do Tejo nas mãos de israelitas

A Transportes Sul do Tejo (TST) tem novos proprietários, depois dos alemães do Grupo Arriva terem fechado negócio com o grupo israelita Dan por um montante que nenhuma das partes quis revelar.

Novos proprietários herdam reivindicação de aumentos salariais.

“A transação deverá estar concluída no final de agosto e, por isso, a nossa prioridade agora é apoiar os nossos colegas em Portugal nesta transição, mantendo o seu foco na mobilização para o novo contrato do lote 3 – que se desenvolverá nos concelhos de Almada, Sesimbra e Seixal, com o objetivo de prestar os melhores serviços de transporte aos passageiros e às diversas autoridades”, refere o CEO do Grupo Arriva, Mike Cooper, em comunicado. Na nota divulgada a 19 de maio, os alemães asseguram que “todos os trabalhadores da TST serão transferidos para o Grupo Dan”.

Atualmente, a TST é a maior rede de transporte de passageiros no distrito de Setúbal, onde opera há mais de 40 anos. Recentemente ganhou o contrato de prestação de serviço público de transporte de passageiros nos concelhos de Almada, Seixal e Sesimbra, incluindo as linhas de ligação a Lisboa, Setúbal, Barreiro e Moita, que terá início no dia 1 de julho de 2022, utilizando 339 autocarros – 290 novos – e prevendo a contratação adicional de 800 trabalhadores, na sua grande maioria motoristas.

Para justificar a alienação, os alemães do Grupo Arriva alegaram a recente “estratégia para operar um portfólio de negócios mais restrito”, onde Portugal não se inclui. Segundo maior operador transportes de Israel, o Grupo Dan é pioneiro na área dos autocarros elétricos e está a converter uma grande parte da sua frota para autocarros elétricos, encontrando por cá oportunidade de negócio. Prevista para o verão, a conclusão da transação estará sujeita às habituais condições de encerramento, incluindo, entre outras, a aprovação do Conselho de Supervisão da Deutsche Bahn – proprietário do Grupo Arriva – e do Ministério Federal Alemão dos Transportes. Além do novo contrato de transporte de passageiros, os israelitas herdam um conjunto de reivindicações dos trabalhadores, entre elas, o aumento do salário dos motoristas que ainda há cerca de um ano, em junho, cumpriram dois dias de greve denunciando precisamente que a sua categoria profissional não podia continuar a ganhar o mínimo nacional.

Artigos Relacionados