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A PIDE assassinou Dias Coelho há 60 anos

Assinala-se no próximo dia 19 de dezembro o 60.º aniversário do assassinato de José Dias Coelho, militante e funcionário do PCP na clandestinidade. Foi ao princípio da noite na Rua dos Lusíadas que cinco agentes da PIDE saídos de uma viatura o perseguiram e alvejaram. Um dos tiros foi à queima-roupa, no peito, e outro quando Dias Coelho estava já no chão. Só duas horas depois é que os agentes fascistas o levaram, à beira da morte, para o Hospital da CUF.

Tornara-se funcionário do PCP em 1955. Trocou uma promissora carreira artística pela dedicação total à causa da luta antifascista e do socialismo. A sua tarefa era a de montar uma oficina de falsificação de documentos, bilhetes de identidade, licenças de bicicleta, cartas de condução, passaportes para a defesa dos militantes clandestinos no trabalho de organização e nas relações internacionais dos comunistas. Em 1960, José Dias Coelho passou a integrar a direção do PCP em Lisboa, com a responsabilidade do setor intelectual.

“De todas as sementes deitadas à terra, é o sangue derramado pelos mártires que faz levantar as mais copiosas searas”, esta foi a legenda da sua última gravura dedicada ao operário Cândido Martins Capilé assassinado numa manifestação popular. Hoje, esta frase encontra-se inscrita no mesmo lugar onde José Dias Coelho foi assassinado em 1961. É também neste lugar que no dia 19 de dezembro o PCP realiza um ato de homenagem depois de uma iniciativa evocativa de José Dias Coelho na antiga escola Marquês de Pombal, atual ginásio do IEFP, na Rua dos Lusíadas, às 15h.

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