É um projeto que nasceu n’A Voz do Operário em 2013 e que ganhou asas para agora apresentar-se novamente em palcos de todo o país com o espetáculo A Laura quer!, a nova cocriação do Grupo 23: silêncio! Com adolescentes e crianças, este trabalho pretende dar voz aos mais novos e fazê-los falar das inquietações e medos, romper estereótipos e preconceitos. Sob a direção artística de Sílvia Real, que também fez a coreografia em conjunto com Francisco Camacho, a diversidade do grupo evoca as diferentes gerações representadas em palco, tanto ao nível da dança como da música composta, improvisada e tocada ao vivo pelos mais jovens. De acordo com a organização, pretende-se explorar os tempos desassossegados em que vivemos e desafiar a opressão inscrevendo a ação individual num âmbito coletivo de quem pretende construir uma história que conduza a uma sociedade mais justa, sustentável e pacífica, “contra o medo de coexistir”.

O Grupo 23: silêncio! é um coletivo de educação artística intergeracional que, desde 2013, desenvolve investigação e cocriação em artes performativas, pensamento crítico e direitos humanos. O G23 integra um projeto mais amplo, do qual faz parte também o Centro de Formação Artística, sediado em Lisboa no Teatro da Voz, numa parceria com A Voz do Operário e a EIRA. Começou por ser um projeto experimental, sem qualquer expetativa de se desenvolver em algo mais para além disso. Neste momento, a equipa é constituída por cerca de 40 adultos, entre e 350 jovens que recebem formação regular em 3 escolas. A nossa equipa envolve pedagogos, produtores, editores, músicos, crianças e adolescentes.

À conversa com A Voz do Operário, Sílvia Real alertou para o facto de este projeto em contra-corrente com uma produção cultural cada vez mais mercantilizada ter perdido os apoios da Direção-Geral das Artes, uma decisão governamental que deixa em perigo muitos grupos por todo o país e que põe em risco o trabalho destas mulheres e homens.

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