Muito se tem escrito e penso que continuará a escrever, sobre a chamada linha circular do Metropolitano de Lisboa.

Os técnicos pronunciaram-se contra, os trabalhadores discordaram, as comissões de utentes divulgaram o seu desagrado, várias autarquias reclamaram.

A chamada “consulta pública” mais uma vez não passou de um processo administrativo para cumprir regras, ou seja, digam o que quiserem que nós faremos o que já decidimos. Há sempre aliados que nunca nos falham quando é necessário.

As consequências, essas, recaem sempre sobre os mesmos, isto é, os utentes.

Se esta decisão se materializar muita gente perderá, boa parte com penalização significativa.

Perde a população da zona ocidental da cidade que mais uma vez fica afastada transporte urbano mais eficaz que existe, pese a má qualidade do serviço que o de Lisboa presta.

Perde a população servida pelas linhas amarela e verde que vindo de Telheiras ou das estações entre Odivelas e Campo Grande passam a contar com mais um transbordo, o que se replica para quem viaja em sentido inverso.

O transbordo é uma operação altamente penalizante particularmente para quem diariamente está sujeito a ele nas suas movimentações pendulares.  Se em média cada transbordo demorar entre 4 e 5 minutos, estamos a ser otimistas, contando com férias e feriados, cada utente trabalha mais uma semana, os seja, vê agravadas as suas condições de vida, considerando que tempo livre é seu neste processo lhe é roubado.

Já foi assim com o encerramento da estação de Arroios, com as obras paradas e sem resolução à vista apesar das muitas discordâncias. Consequências? Comerciantes que vêm os seus negócios a irem por água abaixo, passageiros que deixaram de o ser por terem de recorrer a outros modos de transporte e outros que ainda o são a terem de realizar percursos a pé que antes não eram necessários. Para estes não consigo uma estimativa, pois situações são muito diversas, mas seguramente que quem viu a sua deslocação demorar mais 20 minutos passou a ter um ano com 13 meses.

Há também uma coisa que, ou me passou despercebida, ou é altamente preocupante. Não ouvi falar em aquisição de material circulante. 

Artigos Relacionados