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Novo aeroporto em banho-Maria

Ministro Pedro Nuno Santos apontou solução que um dia depois foi revogada pelo primeiro-ministro, por falta de consenso com o partido da oposição.

Com o aeroporto da Portela em sobrelotação, a solução volta à estaca zero.

Continua por saber aonde vai ser construído o novo aeroporto de Lisboa. Revogado o despacho do ministro das Infraestruturas e Habitação Pedro Nuno Santos, um dia depois de anunciada a solução que previa uma dupla construção, tudo parece voltar à estaca zero.

A solução do despacho apontava para a construção de um novo aeroporto no Montijo até 2026, uma infraestrutura complementar ao atual aeroporto de Lisboa que, entretanto, sofreria obras de remodelação. Já em 2025 iniciar-se-ia a construção do novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete que, ao estar operacional, levaria ao encerramento do aeroporto Humberto Delgado, previsivelmente em 2035.

A solução seria de imediato saudada pela ANA, Aeroportos de Portugal, empresa detida pelo grupo Vinci e presidida por José Luís Arnaut, alegando que “esta solução permitirá obter a capacidade aeroportuária que o país necessita, da forma mais rápida e economicamente viável, com benefícios para a economia, o turismo e a continuidade territorial portuguesa”.

Contudo, o despacho, um dia depois, foi revogado pelo Primeiro-Ministro António Costa. O chefe de governo, em comunicado referiu que a decisão “tem de ser negociada e consensualizada com a oposição, em particular com o principal partido da oposição e, em circunstância alguma, sem a devida informação prévia ao senhor Presidente da República”, Marcelo Rebelo de Sousa.

Segundo despacho entretanto revogado, e relativamente à solução Montijo stand alone, como opção merecedora de estudo na avaliação ambiental estratégica”, o despacho refere que “tanto a informação recolhida como a reflexão feita pelo Ministério das Infraestruturas e da Habitação levaram a concluir pela existência de dúvidas fundadas sobre a viabilidade desta solução”. No documento refere-se que há riscos elevados de “uma infraestrutura aeroportuária com duas pistas de grande extensão na península do Montijo, não obter autorização ambiental para avançar” e, por esse motivo “o Governo deixou de equacionar a opção Montijo sozinha como viável”.

Depois de descartada a OTA, rejeitada em 2008, fruto de um estudo do Laboratório Nacional de Engenharia Civil que apontava Alcochete como um local mais adequado para a construção do novo aeroporto, agora vive-se novo impasse, desta vez por razões políticas.

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