Num contexto que se mantêm enormes dificuldades económicas para a maioria dos portugueses e também para o movimento associativo e cooperativo, o aumento dos gastos continua a não ser compensado nas verbas protocoladas com o Instituto da Segurança Social e com o Ministério da Educação. Apesar da variação de despesas ao longo do tempo, há verbas, no caso do pré-escolar e dos 1.º e 2.º ciclos, que não são revistas há cerca de 15 anos.
Para além dos esforços da direção d’A Voz do Operário, em conjunto com outras instituições do mesmo setor, para reivindicar o aumento dos apoios estatais, o plano aprovado prevê continuar a trabalhar para o equilíbrio económico e financeiro. A nível de proveitos orçamentados para 2025, a previsão é otimista com o valor mais alto de sempre, 7,4 milhões de euros, ainda que mesmo com a contenção de gastos não seja suficiente para um saldo positivo. O prejuízo previsto é de 33,9 mil euros, muito abaixo do ano passado.
O Plano de Atividades para 2025 refere, entre os seus objetivos, que pretende continuar a dar destaque ao jornal d’A Voz do Operário, assim como promover iniciativas culturais diversificadas, participando ativamente no movimento associativo. A celebração dos aniversários tanto do jornal como da instituição, as comemorações do 25 de Abril e do 1.º de Maio e as Festas Populares de Lisboa, com destaque para o arraial e a marcha infantil, também são objeto de referência. Por sua vez, a Gala de Fado regressa para a sua 9.ª edição, um evento que vem granjeando notoriedade, sendo um dos grandes espetáculos de fado que anualmente se realizam na cidade de Lisboa.
Compromisso com o projeto educativo
No âmbito do projeto educativo, manter a ligação à comunidade envolvida é uma das pretensões, assim como continuar a dar a melhor atenção à integração de novos trabalhadores no modelo pedagógico d’A Voz. Simultaneamente, pretende-se dar continuidade à reflexão coletiva sobre o projeto educativo, assim como alargar a capacidade da resposta em creche. Ao longo de 2025, o Conselho de Escolas continuará a acompanhar a introdução do princípio da heterogeneidade nos vários espaços educativos, tendo em conta as diferentes realidades e a especificidade do 1.º ciclo.
O documento indica que serão mantidos contactos institucionais com outras entidades públicas e privadas “em prol da manutenção dos espaços educativos e do seu apetrechamento, nomeadamente os equipamentos tecnológicos utilizados por crianças e adultos para o desenvolvimento do trabalho escolar”. Simultaneamente, a própria Voz, dentro dos limites orçamentais, pretende dar continuidade à execução de projetos de renovação ou ampliação de espaços educativos com o intuito de conceber espaços de trabalho de interação cultural, próprios para o projeto pedagógico, baseado na aprendizagem dialogada.
Ligação à comunidade
As atividades do Centro de Convívio vão continuar a desenvolvidas com um vincado espírito de grupo, enaltecendo e dando protagonismo ao ser individual, enquanto elemento no seio do grupo com características comuns. No caso do Apoio Domiciliário, quer manter-se a prestação de cuidados a nível da alimentação, higiene pessoal, higiene habitacional e tratamento de roupas no domicílio habitual de vida dos utentes, auxiliando-os na satisfação das suas necessidades básicas e contribuindo para a melhoria da sua qualidade de vida.
Entre as muitas atividades d’A Voz do Operário, prevê-se manter o Programa de Atividade Física e Saúde no âmbito do protocolo com a Câmara Municipal de Lisboa Lisboa +55. O cabeleireiro social e o serviço de psicologia para a comunidade são outras valências com que a instituição se compromete uma vez mais. No ano de 2025, vão continuar as 11 atividades de índole desportivo e cultural, como o ballet, a capoeira, o karaté, o aikidô, o yoga, incluindo para bebés, o coro, a música, as aulas de inglês e de Gaitas de Foles e Percussão, que são frequentadas por cerca de 350 sócios (crianças, jovens e adultos).