A aposta do governo encabeçado por Luís Montenegro em dificultar o acesso dos trabalhadores estrangeiros ao título de residência terá como consequência o aumento do número de imigrantes ilegais. Na prática, isto significa mais precariedade e salários mais baixos para quem escolheu o nosso país para trabalhar e viver. Com mais trabalhadores em situação irregular perante a lei, os patrões vão ter as mãos ainda mais livres para chantagear os imigrantes e impor salários miseráveis aproveitando-se da sua vulnerabilidade. Cabe aos trabalhadores e aos sindicatos, assim como aos partidos que representam os seus interesses, lutar contra este retrocesso. Para trabalho igual, salário igual, independentemente do sexo, tom de pele ou nacionalidade.

A extrema-direita associa a criminalidade à imigração quando, na verdade, Portugal continua a ser um dos países mais seguros do mundo. O extremismo precisa da insegurança para cimentar o seu discurso e agita o medo para que tenhamos uma percepção desligada da realidade. Portugal está em sétimo lugar numa tabela que tem mais de 100 países. Ainda assim, Luís Montenegro, ainda candidato, tentava cavalgar a onda xenófoba dizendo que “situações de imigração não integrada criam sentimento de insegurança”.

A luta contra as injustiças sociais, que afeta a esmagadora maioria dos trabalhadores, portugueses e estrangeiros, é o que nos deve unir. Enquanto nos distraem com a falsa percepção de que os imigrantes são o nosso inimigo, os grandes grupos económicos e financeiros continuam a lucrar como nunca à custa do nosso suor. A grande luta do nosso tempo continua a ser o combate à exploração.

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