Na escolha da política que queremos ver implementada, não podemos esquecer a experiência passada, por muito que os candidatos dos partidos que há muito governam o País se queiram desresponsabilizar por essa política, vindo agora com promessas que nada têm a ver com a sua prática ao longo dos anos.
Não indo muito atrás, comecemos por recordar o Governo dos partidos da AD, na altura encabeçados por Passos Coelho e Portas, que se caracterizou por uma política de ataque sem precedentes a tudo o que foram conquistas alcançadas com a árdua luta do povo.
Foi o tempo do definhamento da economia, de aumento do desemprego, de restrição do poder de compra dos trabalhadores e dos reformados, de uma quebra brutal do investimento público, de acentuado aumento da carga fiscal sobre os rendimentos do trabalho, em paralelo com a redução dos impostos e o aumento das benesses ao grande capital.
Tivemos o agravamento das leis laborais, com o ataque à contratação coletiva, a precarização e facilitação dos despedimentos, a retirada de feriados e a desregulação dos horários.
Esta política acabou por ser derrotada nas eleições de 2015 onde foi eleita uma Assembleia da República que colocou a coligação PSD/CDS em minoria.
Confrontado com a nova correlação de forças na Assembleia da República, o PS acabou por ceder a formar um governo minoritário negociando acordos com os partidos à sua esquerda com vista à viabilização dos orçamentos de estado.
Foi uma governação que apesar de muitas insuficiências, possibilitou a recuperação de várias das medidas mais gravosas da política do Governo PSD/CDS.
Foram repostos os feriados, recuperado algum poder de compra dos trabalhadores e dos reformados, designadamente com o aumento do salário mínimo e das prestações sociais, tendo-se avançado noutras áreas como por exemplo a implementação da creche gratuita.
Mas esses avanços não foram mais longe porque infelizmente a política do Governo ficou muito aquém do que seria necessário, não implementando as medidas aprovadas, muitas vezes com o subterfúgio das cativações.
Até que o Governo do PS se recusou incorporar no Orçamento de Estado para 2022 um conjunto de medidas indispensáveis para o progresso do País, o que levou à sua queda.
Das eleições que se seguiram, resultou um Governo de maioria absoluta do PS, cuja atuação que se caracterizou no essencial pelo reforço da política de direita, aprofundando as brutais desigualdades que se registam no país, com ausência de resposta aos problemas e aumento da instabilidade social. Foi uma política que confirmou a objetiva convergência do PS com PSD, Chega e IL nas questões essenciais que servem os interesses do grande capital.
Mas este Governo também durou pouco, a maioria absoluta significou tudo menos estabilidade, tendo o crescente descontentamento dos portugueses com a sua política sido a razão primeira da sua queda.
O atual estado do País é fruto da política dos sucessivos Governos PS e PSD/CDS que acumularam um conjunto de problemas estruturais e défices estratégicos.
As promessas que vão anunciando estão em absoluto contraste com tudo o que fizeram, são um evidente e enorme logro. Propõem agora o que impediram antes, de que são exemplo a recuperação do tempo de serviço dos professores e a descida do IVA na energia.
No próximo dia 10 vamos votar nos valores de Abril, por uma política alternativa baseada na Constituição da República Portuguesa, ao serviço do povo e que recoloque o nosso país na senda do progresso e do desenvolvimento.
Uma política que afirme Portugal como um país livre e soberano, que comande o seu destino, numa Europa de cooperação de Estados soberanos e iguais em direitos, pelo progresso social e a paz entre os povos.
Uma política de construção de um País desenvolvido e solidário, que valorize o trabalho, defenda a produção nacional, coloque o Estado ao serviço do povo e do País, que efetive os direitos sociais e o apoio à Cultura e à sua fruição.
Mais uma vez, está nas nossas mãos.