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Palestina, um povo mártir às mãos criminosas de Israel

O mártir povo palestiniano continua a ser alvo da mais brutal agressão por parte de Israel, agora com uma nova escalada de bombardeamentos da aviação sionista, que provocou várias centenas de mortes, muitas delas crianças, e milhares de feridos, para além da destruição massiva de casas, fábricas, hospitais, escolas, igrejas, escritórios de agências de informação internacionais (como o edifício da estação noticiosa Al-Jazeera numa tentativa de limitar o conhecimento da situação pela comunidade internacional) e infraestruturas, designadamente estradas e abastecimento de energia elétrica.

Esta nova escalada da agressão israelita segue-se à resistência às forças de ocupação israelitas, durante o mês do Ramadão, depois de militares e colonos terem atacado palestinianos na Mesquita de al-Aqsa e imediações e terem ordenado a expulsão de palestinianos das suas casas do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, para ali avançar com mais um colonato, situações que desencadearam fortes protestos, tanto nos territórios ocupados como a nível internacional.

Esta brutal agressão ocorre no mês em que se assinalam os 73 anos da Nakba (catástrofe) que em 1948, por ocasião da instalação do estado de Israel, se abateu sobre a Palestina, com a expulsão de 750 mil palestinianos e a destruição de mais de 500 povoações, em consequência dos ataques perpetrados pelas milícias e brigadas sionistas do exército israelita que causaram ainda 15 mil mortos, numa ação que teve como objetivo a limpeza étnica e a expulsão de toda a população palestiniana das suas terras e dos lugares onde sempre viveu.

Posteriormente, em 1967, Israel ocupou toda a Palestina histórica, impondo um regime racista, colonial e de apartheid ao povo palestiniano. A atual ofensiva de Israel contra a população palestiniana evidencia que a limpeza étnica da Palestina é um processo contínuo, em que Israel está fortemente empenhado.

Israel construiu um ignóbil muro de separação, impondo um cruel regime de segregação ao povo palestiniano. O criminoso bloqueio imposto à Faixa de Gaza mantém dois milhões de pessoas, reféns na sua própria pátria, transformando-a numa imensa prisão, onde nada nem ninguém entra ou sai sem prévia autorização de Israel, em que tudo falta, incluindo os bens e serviços essenciais à sobrevivência da população, onde nem sequer podem fugir dos bombardeamentos dos agressores sionistas, situação particularmente agravada pela pandemia da Covid19, criando enormes entraves no acesso aos cuidados de saúde e à vacinação.

A escalada de agressão de Israel e das forças sionistas visa a anexação de Jerusalém Oriental e de todo o território histórico da Palestina, negando de facto ao povo palestiniano o seu legítimo direito a um Estado. Neste seu objetivo, Israel conta com a conivência e o apoio dos Estados Unidos da América, mas também com a complacência da União Europeia, que impõem sanções ou bloqueios a países que resistem às agressões imperialistas, mas por outro lado, colocando no mesmo plano ocupante e ocupado, assistem indiferentes à sistemática agressão e violação do Direito Internacional por parte de Israel.

Sim porque ao contrário do que afirmam os que estão alinhados com o imperialismo, não estamos em presença duma guerra, nem tão pouco de um conflito. O que temos é uma ocupação sionista, que massacra o mártir povo palestiniano.

A escalada de violência perpetrada por Israel, acentua a sua política de opressão e sistemático desrespeito pelo direito internacional, contrariando qualquer perspetiva de solução política para a questão palestiniana, nomeadamente a solução dos dois Estados, levando a cabo, de forma declarada, sucessivas violações das resoluções e planos internacionais de paz.

Como se comprova pelas recentes manifestações em Portugal e um pouco por todo o mundo, o povo palestiniano não está sozinho, tem o apoio dos trabalhadores e do povo de todo o planeta que lhe manifestam a mais profunda solidariedade na sua resistência e luta contra a agressão, contra a destruição e o sofrimento e no seu empenho pelo fim da ocupação e desmantelamento dos colonatos e pela criação do Estado da Palestina, com as fronteiras de 1967 e capital em Jerusalém Oriental e no respeito do direito ao regresso dos refugiados palestinianos.

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