Foto: Arquivo PCP


«A primeira coisa a dizer ao Partido Comunista Português não é parabéns: é obrigado.» 

Miguel Esteves Cardoso

Este livro de que hoje vos falo não é, apenas, um livro de registos sobre o percurso singular de homens e mulheres deste País: é um livro raro, não apenas pelo que nele se conta das lutas e trabalhos dos milhares que não se vergaram ao medo e aos verdugos, mas pelo que nele se relata de verdade e substância do que foi a História do Povo e dos Trabalhadores ao longo de um século, metade do qual vivido em feroz ditadura.

É a nossa memória colectiva que percorre estas páginas, aquilo que sabemos de leituras outras e o muito que até à chegada deste livro ignorávamos: é um livro de livros e de gente, de muitos, por muitas mãos erguido a sangue e lágrimas. É a História de um Povo e de um País e da forma como os trabalhadores, com o nosso empenho e luta, torceram o aziago destino. 

O que nestas páginas se conta vai muito para além dos apontamentos circunstanciais das vidas, das lutas, da resistência de um punhado firme de homens e mulheres. É a memória da insídia, das torturas, das prisões, dos degredos e da morte, dos processos inquisitoriais que ao longo de quarenta e oito anos condenou ao silêncio, ao exílio e à clandestinidade, parte substantiva do nosso povo.

É a História da Resistência, das casas clandestinas, da forma como os comunistas se organizaram para escapar à feroz vigília dos crápulas, das lutas subterraneamente estruturadas para derrubar o regime, com resistiu às prisões nas masmorras do Aljube, de Caxias, na Cadeia da PIDE, no Porto, em Peniche, no Forte de Angra do Heroísmo ou no campo da morte lenta do Tarrafal.

Este livro percorre, com assertivo detalhe, que a profusão das fotos prolonga em amplos significados, esses caminhos de luta, de exaltação e honra, vividos e sofridos ao longo de um século – um século com muitas vidas dentro.

Este 1921/2021 – 100 ANOS DE LUTA, é um documento indispensável para se entender o que foi e o que hoje é Portugal, nesse percurso de cem anos. Do terror fascista aos dias de esperança e Liberdade que Abril nos deu; das noites de “segredo”, de “frigideira”, de tortura nos antros da PIDE, até à instituição da Democracia para a qual o PCP foi e é força determinante e consequente – como bem registaram alguns jornalistas e intelectuais justos, aquando da passagem do seu 100º. Aniversário.

1921/2021 – Cem Anos de Luta – Edições Avante!

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