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140.º aniversário d'A Voz do Operário

Comemoração dos 140 anos de A Voz Operário reconhece a história e o trabalho presente

Na Sessão Solene, o presidente d’A Voz do Operário, Manuel Figueiredo relembrou a origem da instituição. E, se a criação do jornal foi um ato fundador, a educação foi sempre um desígnio, salientando o papel incontornável de todos os funcionários que por ali passaram e destacando um, o homenageado deste ano: Vítor Agostinho, agraciado pelo Presidente da República com a Ordem de Mérito.

Não havia melhor lugar que o ocupado pela foto emoldurada e que, por cima da boca de palco do Salão de Festas d’A Voz do Operário, apreciava orgulhosamente a sessão solene. Não era só mais uma: era a que assinalava os 140 anos de uma instituição que ele, Custódio Braz Pacheco, ajudara a nascer, nos finais do século XIX, com o ato de revolta contra a opacidade dos jornais da época às causas mais justas dos operários tabaqueiros.

Ao longo dos 140 anos, as causas foram sendo muitas, tantas quantas fossem preciso defender e, algumas delas, as mais recentes, foram ali recordadas por dirigentes do Movimento Associativo, ao reconhecerem o papel crucial desta instituição que sempre manteve as portas abertas, mesmo quando franqueá-las era motivo de repressão por parte do regime fascista. É nesse espírito que a celebração dos 140 anos da instituição ficaria marcada pelo destaque a um dos seus dirigentes, e agora também sócio honorário, Vítor Agostinho, pelos seus 37 anos de dedicação àquela instituição, mas também a toda a causa associativa.

O momento seria ainda assinalado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que dirigiu “duas palavras, ambas de gratidão”. A primeira, à Voz do Operário, “símbolo da gratidão a todas as instituições de Solidariedade Social e a todas as coletividades de Cultura Recreio e Desporto”. Gratidão, acrescentaria o PR, pela sua luta “sempre pelos mesmos ideais, de Liberdade, Fraternidade, Democracia, Igualdade e uma visão avançada e humana da democracia e um papel fundamental na educação, formação, da cultura e da solidariedade”.

Marcelo Rebelo de Sousa lembraria que não era a primeira vez que ali se deslocava em sinal de reconhecimento à instituição e que não seria a última, esperando “que da próxima vez seja acompanhado por um membro do governo, o que não tem acontecido no passado, nem no presente”.

A segunda palavra de gratidão do Presidente da República iria para Vítor Agostinho, “pelo seu mérito como cidadão, como militante partidário, como trabalhador, dirigente e responsável associativo e também como homem, porque além disso tudo é quem é, e só excecionalmente em tudo o resto, por ser como é, como pessoa ao serviço dos outros”. E, acrescentaria: “Por ser preciso reconhecer esse mérito, lhe vou entregar a Ordem de Mérito com que decidi condecorá-lo neste momento tão especial para a Voz do Operário e para mim também”.

Vítor Agostinho, agraciado pelo Presidente da República com a Ordem de Mérito.

Durante a sessão foram várias as intervenções, desde logo a do presidente da Mesa da Assembleia Geral da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social, José Carlos Batalha e o presidente da Confederação das Coletividades de Cultura Recreio e Desporto, João Bernardino e dos presidentes da Mesa da Assembleia Geral e da direção d’A Voz do Operário, respetivamente Libério Domingues e Manuel Figueiredo. Foram ainda lidas mensagens enviadas por várias organizações do movimento associativo e intervenções na primeira pessoa, nomeadamente da Secretaria Geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha.

Na sessão estiveram presentes centenas de convidados, entre eles dezenas de trabalhadores que tornaram a festa possível e concretizam diariamente os objetivos d’A Voz do Operário.

A 13 de fevereiro, o dia em que a fundação da Sociedade de Instrução e Beneficência, a Voz do Operário comemorava os seus 140 anos, a RTP 1 juntava-se à comemoração, que percorreu todos os espaços educativos. Tânia Ribas de Oliveira dedicou parte do seu programa “A Nossa Tarde”, ao aniversário d’A Voz do Operário, não só convidando para o estúdio os dirigentes, alunos e ex-alunos da Voz, como proporcionando vários momentos de reportagens na sede da instituição.

O coro dos alunos d’A Voz do Operário, marcavam presença nesse direto e Rita Ferro Rodrigues seria a convidada enquanto ex-aluna. Manuel Figueiredo e Vítor Agostinho, presidente e vice-presidente da direcção, respectivamente, e o director-geral Nuno Abreu recordariam alguns dos momentos da história da instituição e dos vários eventos que vão assinalar, ao longo do ano, em comemoração dos 140 anos.

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