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Presidente

Boas Festas e um Bom 2021

Está a chegar ao fim 2020, ano profundamente marcado pela pandemia que assolou o nosso planeta, ceifou muitas vidas e vem afetando particularmente as populações com menos recursos.

Sim, porque ao contrário do que alguns quiseram fazer crer, não estivemos todos no mesmo barco, tendo sido especialmente atingidas as populações mais carenciadas.

Infelizmente, todos os indicadores mostram que com a pandemia se agravaram as desigualdades, tendo aumentado e muito as situações de pobreza, designadamente as acarretadas pelo significativo crescimento do desemprego.

No momento em que escrevo estas linhas ainda está a ser debatido na especialidade o Orçamento de Estado para 2021, acalentando uma ténue esperança de que o mesmo dê passos significativos relativamente ao orçamento inicialmente apresentado e que assim possa assumir a resposta efetiva aos problemas nacionais, com medidas urgentes de valorização dos trabalhadores e dos seus direitos, de retoma e incremento do rendimento das famílias e de reforço da proteção social, de apoio à produção nacional e de aumento do investimento público.

São momentos como o atual que demonstram a grande importância do serviço público, onde se inclui o Serviço Nacional de Saúde, tão demonizado pela direita e pelo grande capital (para quem a saúde não é um direito generalizado como consagrado na Constituição da República Portuguesa, mas antes um bem atribuído a quem tem posses para o pagar). É imperioso o reforço do investimento no SNS, designadamente na contratação de profissionais e apetrechamento com meios técnicos, por forma a dar resposta à situação atual, bem como a protege-lo do saque dos grupos económicos.

A função social do Estado assume um papel muito relevante, quer numa maior incidência do apoio aos mais carenciados e no aumento das reformas quer na valorização do subsídio de desemprego com o alargamento da sua abrangência, reforço dos montantes e alargamento dos prazos, valorizando a carreira contributiva dos trabalhadores que agora estão desempregados e antes contribuíram com os seus descontos para a Segurança Social.

No que toca à Voz do Operário, já aqui o afirmei mas não é demais enaltecer o grande empenho dos seus trabalhadores, que em cada momento deram a adequada resposta às situações com que nos fomos deparando, com a reconhecida qualidade do serviço prestado.

Na Assembleia Geral que decorreu no passado dia 12, os Sócios d’A Voz do Operário aprovaram por unanimidade o Plano de Atividades e Orçamento para 2021, que reflete uma aposta no reforço da atividade e o esforço para o equilíbrio económico e financeiro da Instituição, mesmo tendo em conta os atuais tempos de incerteza, cujos impactos na atividade d’A Voz do Operário não são fáceis de estimar, mas admitimos que se mantenha a situação atual, com a grande maioria das atividades a decorrerem presencialmente, pese alguns aspetos que continuam afetados pelas restrições vigentes, designadamente no que toca às atividades associativas, que contudo esperamos que no decorrer de 2021 venham progressivamente a retomar a normalidade.

Entretanto, decorrem as eleições para os Órgãos Sociais da Voz do Operário para o mandato 2021-2024, tendo-se candidatado uma lista que é ao mesmo tempo de continuidade quanto aos princípios e ao projeto da Instituição, mantendo parte dos membros dos atuais Órgãos Sociais, mas que representa igualmente uma importante renovação e uma grande vontade de aprofundar a atividade d’A Voz nas suas mais variadas vertentes, vincando a importância da educativa e da ação social, ao mesmo tempo que se pretender dar um novo impulso às diferentes componentes da atividade associativa, designadamente na ligação aos sócios e no incremento das iniciativas culturais e desportivas.

Aproximando-se as Festas Natalícias, este ano vividas em moldes particularmente adversos, desejo a todos os sócios, trabalhadores e amigos da Voz do Operário, umas Festas muito felizes e que em 2021, para além de poder ser ultrapassada a situação sanitária atual, venha a constituir um marco importante no progresso do nosso País e que os portugueses vejam abrir-se o horizonte de uma vida melhor, num mundo de paz, onde se caminhe definitivamente no combate às desigualdades, pela erradicação da pobreza e da exploração.

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