Carlos Neto reclama um tempo arrebatado por um Mundo adulto que não brinca e de um Mundo em que as crianças são vítimas do tempo de trabalho dos pais. E sugere que brinquemos, porque a brincadeira é terapêutica. “Brincar às escondidas”, por exemplo, porque, diz-nos o Professor, quando brincamos às escondidas fazemos amigos, desafiamo-nos e “quando nos desafiamos como seres humanos matamo-nos simbolicamente e ficamos amigos”. O Bruno de Carvalho empresta-nos o seu olhar pela guerra que está para lá do denso nevoeiro que se abateu sobre a Europa. Conta-nos o outro lado de uma guerra que, afinal é vítima dos mesmos demónios. Fala-nos de uma população no Donbass que tenta sobreviver às bombas que afinal também matam indiscriminadamente, sem critério, ou com o critério da guerra. Carlos Neto diria, que bom seria brincarem, suspenderem a realidade e brincarem porque brincar é sobreviver. Três economistas, João Ferreira do Amaral, João Rodrigues e Tiago Cunha desdobram os números que nos baralham, numa crise em que, cada vez mais, a balança do rendimento do trabalho desequilibra e nos deixa mais pobres. Disso mesmo se queixam os profissionais de saúde que fomos ouvir e que nos contam em pormenor como o SNS vai sendo frustrado Orçamento a Orçamento. E também falamos da Escola tradicional incapaz de lidar com a diversidade, cultural, social e económica, e que se fecha, porque não percebe que o Mundo, como conclui também Pascal Paulus, Não é assim, nunca foi. A Escola não é perfeita, a perfeição é uma impossibilidade, mas, como escreve Ivo Serra, pode ser, por força da dedicação de todos os profissionais, sempre um lugar melhor.

Artigos Relacionados