Voz

25 Abril

25 de abril (relembrar, compreender, valorizar)

O dia da liberdade entrou pelas salas d’A Voz do Operário, em vários formatos, em vários suportes, todos refletiram, todos se manifestaram todos assinalaram a revolta que se sentiu neste 25 de Abril de 1974, todos nós continuamos e continuamos a ser Abril.

Deixamos o apelo: a escola não serve apenas para transmitir conteúdos curriculares existentes nos manuais, devemos estar lá para que as nossas crianças estejam preparadas para a vida em sociedade, tendo para isso de criar com eles estas conversas e intervenções para que desenvolvam sentido de responsabilidade e para que mantenham um espírito critico, ativo e reflexivo na nossa vida em democracia.

Por vezes a área curricular de educação para a cidadania é um pouco ignorada pelos (as) profissionais de educação em questões práticas. Alguns professores(as) podem pensar que os assuntos relacionados com a cidadania já fazem parte de uma maneira ou de outra, mesmo sem intencionalidade educativa, da vida das crianças e que, por isso, não é necessário a sua intervenção de forma tão acentuada. No entanto, isto não é verdade e devemos ter presente que é necessária uma intervenção da nossa parte, professores(as) e educadores(as), de modo a que consigamos estimular os(as) nossos(as) alunos(as) para o exercício pleno da cidadania e que esta se torne algo consciente. Deste modo, não nos podemos esquecer que as crianças estão sujeitas não só à escola formal mas também a uma escola paralela, que é o meio sociocultural. A educação deve ter como foco uma formação total da criança, uma educação integral da pessoa humana em que seja possível promover o desenvolvimento da personalidade de uma maneira equilibrada, rica em todo o potencial existente, reforçada por a criação de novas habilidades e suscetível de se adaptar, transformar, melhorar o contacto com novas situações encontradas, escolhidas ou sofridas. A educação integral é aquela que se foca numa formação holística das crianças no sentido de também promover a melhoria intencional das faculdades especificamente humanas, tratando-se de uma forma de adaptação social.

Ser cidadão (ã) é perceber que fazemos parte do mundo, ou seja, que as nossas escolhas e posturas perante as situações que a sociedade nos coloca não nos afetam apenas a nós mesmos, mas também a vida de outras pessoas, da comunidade. Ser cidadão (ã) é agir na nossa sociedade pensando criticamente sobre os problemas existentes, é ter uma atitude que tenha em vista a criação de um mundo melhor e por consequência a transformação das coisas. Desta forma, é imprescindível que os (as) alunos (as) tenham conhecimento dos assuntos que implicam a sua relação com a sociedade.

Cada vez mais ouvimos defender uma cidadania “ativa, emancipadora e múltipla”. No entanto, isto exige que sejam colocadas em prática algumas intervenções, em diversos espaços sociais, que promovam a educação e a formação para tal. Para isso, é necessário envolver pessoas de todas as idades e promover o desenvolvimento de competências essenciais para uma participação ativa na nossa sociedade.

São eles que irão fazer a diferença no futuro, é importante que possam usufruir da sua liberdade e exercer o seu direito de cidadania em pleno e de forma consciente para que a possam manter e continuar a lutar por ela.

Na Avenida da Liberdade

Apesar da prometida chuva, foi o sol que fez questão de marcar presença na tarde em que um verdadeiro rio de gente desceu a Avenida da Liberdade para celebrar a revolução. Se no ano anterior a data ficou marcada pelas restrições impostas por uma pandemia ainda praticamente desconhecida, as milhares de gargantas que cantaram Grândola, Vila Morena em varandas e janelas encheram, este ano, a principal artéria de Lisboa.

Entre sindicatos, organizações, associações e coletividades, A Voz do Operário não foi exceção. A histórica associação, fundada em 1883 e que sempre esteve alinhada com os valores da revolução de Abril, juntou-se à maré humana. Mas a participação no desfile foi apenas mais um contributo que A Voz do Operário deu para a celebração do 25 de Abril.

Nos diferentes espaços educativos, os alunos têm construído ao longo das últimas semanas inúmeras atividades em conjunto com a restante comunidade.

Artigos Relacionados