A 4.ª edição da Gala de Fado d’A Voz do Operário foi uma prova de resistência e mostrou que é possível organizar eventos culturais em segurança.
Apresenta-se como um dos mais importantes eventos deste estilo musical e não é difícil perceber porquê. Apesar da pandemia, uma vez mais, A Voz do Operário garantiu as condições para não deixar cair esta iniciativa cultural. O histórico salão de festas d’A Voz do Operário, emblemático do movimento associativo e popular, recebeu cerca de 150 pessoas para homenagear os construtores do fado.
Com as devidas distâncias e precauções higiénicas, o som das cordas e das gargantas voltou a marcar o tom musical numa matiné de domingo que durou cerca de três horas. Entre os momentos mais marcantes desta edição da Gala de Fado, está a homenagem à fadista Argentina Santos, que morreu aos 95 anos depois da 3.ª edição deste evento, em novembro de 2019.
Patrícia Costa, Duarte, Fernanda Moreira, Jorge Baptista da Silva, Maria Emília e Maria Mendes foram os convidados deste ano, a par dos instrumentistas Alexandre Silva, na viola, Nuno Lourenço, na viola baixo e Pedro Amendoeira, na guitarra portuguesa.
A decisão de organizar esta edição da gala foi muito aplaudida por vários artistas. Praticamente, todos os presentes destacaram a importância da realização do evento, com vários discursos contra o medo e em defesa da realização de atividades culturais em segurança.
Homenageados
Prémio Tributo, Jorge Fernando; Prémio Compositor Guitarra, a Arménio de Melo; Prémio Compositor Viola, Nel Garcia; Prémio Lisboa, Maria José Valério; Prémio Solidariedade, Sérgio Godinho; Prémio Popular, Conceição Ribeiro; Prémio Carreira, Maria da Fé e Nuno Aguiar; Prémio Divulgação, ACOF – Associação Cultural o Fado; Prémio Poesia e Literatura, Maria do Rosário Pedreira; Prémio Revelação, Bruno Alves e Catarina Dionisio; Prémio Artes e Espetáculo, Filipe La Feria.
Uma iniciativa solidária
Para além de dar voz a vários artistas e de promover o fado, a iniciativa da instituição teve também como uma das metas, quando se lançou pela primeira vez, recolher fundos para requalificar o salão d’A Voz do Operário. A insonorização e a melhoria das condições acústicas desta importante sala fazem parte dos objetivos deste evento solidário. A importância deste espaço para a vida cultural não só d’A Voz mas também da cidade ultrapassa a dinâmica interna da instituição. Os bilhetes deste espetáculo reverteram, uma vez mais, para as obras de requalificação deste icónico Salão de Festas, cujas despesas estão avaliadas em mais de meio milhão de euros.
