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A Creche e o Pré-Escolar estão de regresso

No dia 18 de maio, a creche do Espaço Educativo d’A Voz do Operário, na Graça, reabriu as suas portas, respeitando as normas estabelecidas pela Direção-Geral da Saúde. O número de crianças era, ainda, reduzido, contudo, as famílias têm procurado a equipa pedagógica para esclarecer dúvidas e repensar o regresso do seu educando. Neste regresso, que se revestia de alguma ansiedade, surgia a necessidade de respeitar uma nova rotina para todos: o reforço dos procedimentos de higienização e a continuidade do contato diário com as famílias, que, agora, não entravam no espaço da creche. Impunha-se, assim, a necessidade, de respeitar esta rotina sem descurar os princípios pedagógicos que orientam a equipa.

As crianças do ensino pré-escolar regressaram no dia 1 de junho, também no atual processo de desconfinamento gradual. Com 147 crianças no total, são já 110 as crianças que voltaram a fazer parte do dia-a-dia deste nível de ensino. São ainda muitos os pais que estão em layoff e, nesse sentido, preferem mantê-las em casa para já.

A relação com as famílias mantém-se suportada pelas redes sociais, pelos contactos telefónicos e pelos e-mails. A continuidade do contacto diário com as famílias muito tem contribuído para a construção de um caminho de parceria entre a família e a escola e para a dissipação dos receios das mesmas. Numa fase inicial, estes receios relacionavam-se com a incerteza do modo de funcionamento da creche e do pré-escolar. Numa creche e num pré-escolar que se faz de relações e que se funda na comunicação, o distanciamento social que estava a ser imposto trazia ansiedade às famílias. Ao compreenderem que a equipa pedagógica estava a unir esforços para que os seus princípios pedagógicos não fossem descurados, as famílias começaram a depositar uma confiança crescente na escola.

O distanciamento social entre as crianças e entre os adultos e as crianças não é praticado, uma vez que é através das interações que as aprendizagens se constroem. As máscaras transparentes utilizadas pela equipas têm facilitado estas interações, visto que permitem que as crianças vejam os rostos dos adultos e reconheçam as suas expressões. Adotam-se, contudo, algumas medidas de prevenção, como o reforço de todos os procedimentos de higienização. A participação das crianças nestes procedimentos tem sido uma dinâmica bastante apreciada pelas mesmas. Não obstante, as atividades mais procuradas são as de livre exploração, nas quais as crianças procuram interagir entre si.

No que aos procedimentos diz respeito, importa, ainda, frisar, que as crianças na creche entram descalças, calçando uns sapatos para uso exclusivo dentro d’A Voz que são desinfetados sempre que mudam de espaço. No pré-escolar desinfetam os sapatos sempre que entram no edifício e mudam de espaço. É medida a temperatura ao familiar e à criança e as mãos são devidamente higienizadas. Ao longo do dia, as crianças desinfetam as mãos com regularidade. Os espaços e percursos para as famílias estão devidamente assinalados, sendo o uso de máscara obrigatório dentro do edifício da Voz do Operário. Já as crianças estão organizadas de acordo com os seus grupos de referência, evitando o cruzamento entre os mesmos e a utilização de espaços comuns. Os próprios tempos estão organizados de forma a tentar que não haja cruzamento com outras salas no recreio ou no refeitório.

O facto é que as crianças voltaram felizes e motivadas. Durante o período de confinamento, de acordo com muitos pais, sentiram a falta dos colegas e dos educadores e auxiliares. Nota-se pela proximidade e pelo tacto. Conscientes da dinâmica dos tempos que vivemos, chegaram já com muitos hábitos de higiene e prontas para retomar, agora n’A Voz, a construção de uma aprendizagem que se faz em coletivo.

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