Voz

Covid-19

A Voz participa em projeto que produz equipamentos para hospitais

Noutras circunstâncias, e como em qualquer outro ano, as costureiras d’A Voz do Operário estariam de agulha em riste num esforço coletivo para preparar os fatos de muitas dezenas de crianças que participam anualmente na Marcha Infantil que encabeça as Marchas Populares de Lisboa na Avenida da Liberdade. A crise sanitária provocada pela atual pandemia do novo coronavírus interrompeu a tradição mas não silenciou as máquinas de costura. Agora, A Voz do Operário produz dezenas de peças para o vestuário que fazem parte do equipamento de proteção individual de muitos profissionais de saúde em diferentes hospitais da Área Metropolitana de Lisboa.

O projeto começou com o trabalho do atelier Amores de Tóquio, uma das lojas residentes no Mercado de Santa Clara, que interrompeu a quarentena para costurar inúmeros materiais hospitalares com o apoio de voluntários, explica Inês Santos. Dirigente d’A Voz do Operário e responsável pela sala de costura estabeleceu contacto com os responsáveis do atelier com o objetivo de juntar a instituição à vasta equipa que produz diariamente centenas de equipa- mentos para as mulheres e homens que combatem a doença nos hospitais.

“Já sabia que no norte do país havia vários projetos a fazer a mesma coisa. Quando descobrimos que havia este no atelier Amores de Tóquio decidimos juntarmo-nos a eles”, descreve Inês Santos. “Passei a trazer os tecidos já cortados e cosemos n’A Voz do Operário”, acrescenta. De acordo com a costureira, o material é cortado a laser e é depois confecionado por voluntários com as devidas medidas de distanciamento. Para além de Inês, outras duas mulheres fazem parte do grupo que n’A Voz do Operário.

“Neste momento, estaríamos a preparar os fatos para as marchas e esta é uma situação nova. Custa um bocado, sobretudo quando se trata de trabalho voluntário, mas não poderia ser doutra maneira. Naturalmente, estamos preocupadas com a pandemia mas podermos ser úteis a esta causa é muito bom”, sublinha. “Temos feito uma média de 25 peças destas por dia. Até ao momento, vamos nas cento e tal. São materiais que estão a ser usados em São José e São Francisco de Xavier, entre outros”. Para Inês Santos, é “muito importante” que A Voz do Operário esteja envolvida neste projeto solidário quando milhares de profissionais de saúde enfrentam uma crise sanitária ainda sem fim à vista.

Artigos Relacionados