Opinião

Transportes

Os vírus no transporte público de passageiros não coletivo

O tipo de transporte referido em título corresponde ao que até há uns anos era conhecido por táxi, mas que foi atacado por um vírus chamado UBER.
De forma ilegal, mas consentida, assistimos à sua propagação e, como é natural nos vírus, apareceram mutantes com designações diversas.

Para o alastrar da epidemia foram desenvolvidas campanhas apresentando o sistema como um fator de modernidade e de futuro, levando muitos dos que vieram a ser parte deste universo, a parte mais fraca, a endividarem-se adquirindo viaturas para poderem exercer a atividade.

O setor do táxi, sujeito a regras muito mais exigentes, com reflexos significativos nos custos de produção, começaram a ser abalados pela crise que este vírus introduziu. Porém, os que vieram a ser designados por TVDE depressa começaram a ser atingidos pelos efeitos da atividade desregulada em que se envolveram.

Sujeitos à arbitrariedade dos donos das plataformas, começaram a conhecer o colete de forças em que estavam metidos. O ter trabalho não depende deles, estão à mercê da “boa vontade” de quem dirige a sua distribuição.

Se é importante e simpático baixar os preços a cobrar aos clientes, a medida é tomada à custa dos seus rendimentos. Como a procura é finita, a proliferação da oferta levou à redução das receitas geradas e, portanto, dos rendimentos médios no setor, donde o apertar do garrote financeiro de quem se endividou, além das dificuldades para o necessário à sobrevivência. 

Atualmente, devido à pandemia que nos atinge (um novo vírus) quer táxis, quer TVDE, se encontram numa situação desesperada. Muitos carros parados, com rendimentos zero para os trabalhadores, sejam em viatura própria, seja em viatura de um patrão.

Apesar deste quadro e das responsabilidades políticas na situação criada no setor, convindo lembrar que quem permitiu e acabou por legalizar as ditas plataformas foi o PS, nas atividades que aparecem nas listas de setores a serem apoiados não aparecem os táxis nem os que laboram como TVDE.

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