Realizou-se em Braga, no mês de janeiro, o 12.º Congresso da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), filiada na CGTP-IN, com a participação de centenas de delegados das quatro estruturas sindicais que formam esta organização constituída há 41 anos e que tem 68 mil filiados. Para além da discussão sobre os principais problemas que afetam os trabalhadores da administração pública e definir as linhas de orientação programática para os próximos quatro anos, os delegados elegeram ainda a nova direção sob o lema “Lutar e Avançar nos Direitos! — Salários, Carreiras, Serviços Públicos”.
A intervenção de abertura do congresso esteve a cargo de Ana Avoila, que deixou a coordenação da estrutura que dirigia há 16 anos. A dirigente sindical considerou que, “em termos dos direitos dos trabalhadores, houve uma regressão muito grande nos últimos 13 anos”. “Desde logo com o governo de José Sócrates, do PS, que retirou o estatuto socioprofissional aos trabalhadores da administração pública. Isto é o quê? Tirou-nos o vínculo de nomeação, tirou as carreiras gerais, todas as profissões que existiam deixaram de existir para se chamarem assistentes operacionais”, sublinhou. “O PS podia ter mudado toda esta realidade, não o fez, fez a opção clara de ir para o lado do patronato e do poder económico. Agora resta aos trabalhadores continuarem a luta porque é a luta de massas que vai mudar algo”, defendeu a sindicalista.
Ana Avoila fica em funções até fevereiro, quando será substituída por Sebastião Santana, atualmente dirigente do Sindicato da Função Pública do Sul e Regiões Autónomas, que foi eleito para a coordenação da FNSTFPS. Também o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, esteve presente neste congresso onde salientou a importância dos funcionários públicos dizendo que, se não tivesse sido pela sua “intervenção”, os serviços públicos “teriam colapsado”. Referiu ainda que os trabalhadores da administração pública deviam ser mais valorizados pelo que a proposta de aumento de 0,3% para a função pública, feita pelo governo, é “desrespeitadora e destruidora da dignidade” daqueles trabalhadores. “A questão que hoje se coloca à sociedade portuguesa é que, ou se valoriza os trabalhadores dos serviços públicos e da administração pública, ou nós corremos o risco de qualquer dia termos um governo a dizer que quer melhorar os serviços públicos e não tem trabalhadores disponíveis para continuarem a receber 600, 800 ou 900 euros”, avisou. “Para termos melhores serviços públicos temos que ter melhores profissionais. Para Arménio Carlos, “os trabalhadores da função pública deviam ser mais respeitados e valorizados e a proposta que este governo apresentou no âmbito salarial é não só desrespeitadora como é destruidora da dignidade dos trabalhadores da administração pública”.
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