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Festas com sabor amargo no parque VW Autoeuropa

O ano que agora terminou foi o terceiro melhor de sempre na Volkswagen Autoeuropa, mas os trabalhadores não tiveram qualquer atualização salarial.

O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (SITE Sul) chamou a atenção, através de uma nota de imprensa, para o “sabor amargo” que esta época de festividades teve para os trabalhadores do complexo industrial de Palmela.

O SITE Sul denunciou que a Volkswagen não reconhece “o papel fundamental e determinante dos trabalhadores no sucesso da empresa e na concretização dos resultados alcançados” e recordou que, “apesar dos resultados históricos anunciados”, não tiveram qualquer atualização salarial, “numa altura em que o custo de vida aumenta vertiginosamente”.

Esta estrutura sindical afeta à CGTP-IN revela ainda que a “pretexto da crise dos semicondutores e da epidemia”, a administração da empresa “está a criar um clima de instabilidade no seio dos trabalhadores, através da chantagem e do medo relativamente à manutenção de todos os postos de trabalho”.

Mas a situação é ainda pior no conjunto de empresas fornecedoras da Volkswagen na região. De acordo com o SITE Sul, “as administrações de algumas destas empresas, situadas no parque industrial – como a Vanpro, a Gefco, a SMP, a SAS, entre outras –, avançaram para o despedimento de trabalhadores com contratos de trabalho a prazo e de trabalho temporário, depois de a VW Autoeuropa ter comunicado que, no primeiro trimestre de 2022, não irá existir produção aos fins-de-semana (sábados e domingos) e vai aplicar, aos contratos com os fornecedores, tarifas baseadas no horário AE15”. Houve mesmo empresas que chegaram a despedir trabalhadores com vínculo efetivo.

Este sindicato recordou que para além dos lucros das últimas décadas, estas empresas, incluindo a Volkswagen, receberam apoios do Estado no âmbito da pandemia.

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