O Partido Ecologista Os Verdes (PEV) lançou uma carta aberta pela preservação das árvores em Lisboa dirigida à Câmara Municipal e que está aberta à subscrição pública na internet e em papel. A um ano da cidade se tornar a Capital Verde Europeia, o documento critica o “abates de árvores para a construção do novo terminal de cruzeiros e da Torre de Picoas, no Príncipe Real e no Bairro da Boavista, em pleno Parque Florestal de Monsanto, para a construção de um campo de rugby, ou o abate de árvores de grande porte (Choupos Negros e Tipuanas) no Saldanha e na Av. Fontes Pereira de Melo, na sequência das obras no Eixo Central”. Refere ainda as “podas excessivas da Bela-Sombra nos Anjos (classificada de Interesse Público) e de freixos na Av. Guerra Junqueiro e muitas outras intervenções mal cuidadas, assim como o calcetamento de caldeiras”.
À A Voz do Operário, a deputada municipal do PEV, Cláudia Madeira, afirmou que o objetivo da carta aberta “é alertar para algumas más práticas que a Câmara Municipal de Lisboa tem vindo a desenvolver ou a permitir” e que o seu partido tem “recebido várias denúncias de munícipes e de associações a este propósito”. Cláudia Madeira considerou que se tratam de “atentados” e que “em nada se coadunam com a sustentabilidade e com o respeito que as árvores merecem”.
Os Verdes têm também vindo a exigir repetidamente a reativação da Escola de Jardinagem da autarquia, enquanto campo de formação de jardineiros para desempenho de funções, em vez de se contratar empresas privadas para a manutenção dos espaços verdes, onde se gastam milhões de euros. A deputada municipal deu como exemplo o facto de a autarquia “ter apenas cerca de cem jardineiros quando precisaria de mil” e de ter aberto um concurso “apenas para oito jardineiros depois de vários anos sem contratar ninguém”.
Mas a eleita municipal reclama igualmente “uma resposta adequada e integrada no que diz respeito à gestão e manutenção do arvoredo” e, nesse sentido, o PEV propôs que as árvores de alinhamento e os espaços verdes de média e grande dimensão “voltassem a ser geridos pela câmara” e não pelas freguesias, “o que tem levado à privatização da manutenção dos espaços verdes”.
Esta carta aberta será entregue ao executivo camarário a 21 de março, Dia Mundial da Árvore, estando previstas ações de contato com a população e de recolha de assinaturas, durante este mês.