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Abril

Maré de gente para defender Abril

A revolução de Abril foi celebrada por todo o país com uma das maiores mobilizações da última década. Apesar das tentativas da extrema-direita para usar a visita do presidente brasileiro Lula da Silva como pretexto para fazer a sua própria manifestação contra o espírito do dia 25 de Abril, as ruas foram unânimes. Os mares de gente que encheram a Avenida da Liberdade, em Lisboa, e a Avenida dos Aliados, no Porto, estenderam-se com a memória da revolução, não esquecendo as reivindicações do presente. 

De manhã, o 25 de Abril foi assinalado na sessão solene da Assembleia da República, onde, para além dos grupos parlamentares, intervieram o presidente da Assembleia da República e o Presidente da República, mas foi a tarde que aqueceu o dia com a participação popular massiva.

À agência Lusa, Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, afirmou que falta “caminhar muito para cumprir Abril”. “Eu acho que a prova que estamos a ver aqui, nesta avenida, e um pouco por todo o país, demonstra que o 25 de Abril está vivo, tem muita força, e tem milhares para o defender”, afirmou, em declarações durante o desfile do 25 de Abril. Paulo Raimundo apontou que falta cumprir Abril “num conjunto muito largo de situações da vida” como “salários, pensões, na qualidade de vida, no aumento das condições de vida, nas questões da saúde, na habitação”.

Já Catarina Martins, coordenadora do BE, afirmou que é nestes momentos que “se encontra a força da democracia”. “E a força popular está aqui, está na celebração da democracia, que é uma celebração cheia porque vemos como vem tanta gente à avenida e tanta gente pelo país se junta nas mais diversas celebrações do 25 de Abril e traz consigo as reivindicações concretas de que é feito o 25 de Abril: a paz, o pão, a habitação, a saúde, a educação. É aqui que está a força popular, ninguém tenha dúvidas sobre isso”, disse.

No palco instalado na Praça do Rossio, Rodrigo Sousa e Castro foi o Capitão de Abril escolhido para fazer o discurso anual. “Onde estão as medidas para combater as desigualdades e garantir equidade e justiça social?”, questionou.

Na noite anterior, centenas de pessoas juntaram-se na Praça Paiva Couceiro para participar nas celebrações da revolução organizadas pela Comissão Promotora da Zona Oriental de Lisboa, onde está também A Voz do Operário. Um coro de crianças desta instituição subiu ao palco para recordar o 25 de Abril.

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