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MOVIMENTO DE UTENTES

Movimento “Piscinas Já” em protesto na Graça

O Movimento “Piscinas Já”, constituído por utentes das piscinas de S. Vicente, Arroios e Casal Vistoso, reuniu-se em protesto no Largo da Graça e recolheu um abaixo-assinado que pretende entregar na autarquia.

Responsáveis autárquicos não têm apresentado respostas e soluções.

Exigem a abertura destes equipamentos encerrados há um ano para obras de requalificação que tardam em arrancar, deixando sem alternativa largas centenas de utentes dos mais novos aos mais idosos.

No comunicado o movimento “Piscinas Já” exige “uma resposta sobre a reabertura das piscinas e que o assunto seja colocado na agenda dos assuntos urgentes da Câmara Municipal de Lisboa para que a situação seja resolvida o mais rapidamente possível”.

Este protesto, que decorreu na tarde do dia 6 de julho, junto ao coreto no largo da Graça, contou com a presença de muitas crianças e respetivas famílias, moradores daquele bairro e utentes das piscinas agora encerradas, mas também teve a presença de diversos movimentos e associações lisboetas, designadamente a Voz do Operário que através do seu representante, Nuno Abreu, defendeu a importância do protesto: “Têm de ser os que sentem a falta dos equipamentos a organizar-se, e a lutar junto dos órgãos autárquicos, para que estes serviços e equipamentos abram”.

Também no local, Vítor Agostinho, vice-presidente d’A Voz do Operário justificou a adesão à iniciativa com a “justeza” do protesto e recordou que os alunos da instituição frequentavam estas piscinas, agora fechadas, e pediu a abertura destes equipamentos. “A Câmara acomoda-se. Não dá informação sobre nada. Temos de pressionar”, defendeu, explicando que a atual situação gera muitos constrangimentos à população e às crianças d’A Voz do Operário.

Chiara Moneta, um dos elementos do movimento “Piscinas Já!”, moradora há 13 anos no bairro da Graça, explica que a “piscina de S. Vicente fechou em novembro do ano passado, de um dia para o outro, alegadamente devido a problemas estruturais.” Chiara Moneta refere que tentaram em vão obter mais informações junto dos funcionários da Junta de Freguesia de S. Vicente, em serviço naquele equipamento e, “sabendo da existência de mais duas piscinas públicas encerradas – a de Arroios e a do Casal Vistoso” – ambas potenciais alternativas para os utentes, decidiram marcar este protesto. É já depois de marcado o protesto que a Junta, através de comunicado explica o encerramento mas não dá prazos para a abertura.

“Fomos então informados, através de um comunicado da Junta de Freguesia de S. Vicente, das razões do encerramento, prometendo obras de requalificação do equipamento”, disse esta representante do movimento. No comunicado informa-se que a piscina de S. Vicente, encontra-se encerrada desde 4 de novembro de 2022, por decisão da Proteção Civil, invocando razões de segurança, e que, segundo a Junta de Freguesia, terão sido detetados danos em elementos estruturais, designadamente na área da cobertura dos balneários.

Só que, acrescenta Chiara Moneta, “nestes meses todos nem a Junta de Freguesia, nem a Câmara fizeram o que quer que fosse para resolver o problema”. A própria junta refere que o diagnóstico só estará concluído no final de julho, mas as obras de reparação não estão sequer agendadas.

Também, a propósito do encerramento da piscina de Arroios, a presidente da Junta de Freguesia de Arroios, através das redes sociais, tinha vindo informar das razões de encerramento daquela piscina. Segundo a autarca, Maria Madalena Natividade, o equipamento, com cerca de 40 anos, já sofrera “obras de remodelação em 2016” e em 2021. Mas, segundo a autarca, apesar das obras avultadas ali realizadas em 2022 voltaria a encerrar depois de “na sequência de obras de manutenção regulares, terem sido detetados problemas graves, como, perdas de água no fundo do tanque, bolhas de ar e deformações na tela da piscina, funcionamento deficiente do sistema de extração de humidade e renovação de ar e zonas de piso escorregadio não adaptáveis à praticada natação”. Refere a autarca que a empresa executora das obras foi contactada”. Mas há quase um ano a piscina continua encerrada.

É a demora na resolução do problema, por parte quer das juntas, quer da autarquia lisboeta que está na origem da criação deste movimento e da marcação deste protesto que, entretanto, promete levar a cabo outras ações, designadamente a recolha de um abaixo-assinado “exigindo o início das obras de requalificação e posterior abertura destes equipamentos”.

Chiara Moneta recorda que a piscina de S. Vicente “é muito importante para o bairro”, tendo em conta que “muitos das crianças e idosos moradores naquela freguesia usufruíram daquele equipamento para a prática de ginástica e natação, alguns até por razões de saúde e, agora, a única piscina aberta nas proximidades é a de Penha de França e encontra-se esgotadíssima”, conclui.

Lurdes Pinheiro, eleita da CDU na Assembleia Municipal presente no protesto, garantiu que a coligação que representa, iria entregar um documento sobre as piscinas encerradas, naquele órgão autárquico.

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