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Vila Franca de Xira

Centro de Saúde sem funcionários para abrir a porta

Para além da falta de pessoal, a unidade de saúde denuncia que a vacinação veio trazer mais trabalho e isso reflete-se no funcionamento dos serviços.

De acordo com o semanário regional O Mirante, o centro de saúde lançou o alerta para a falta de profissionais de secretariado e administrativos, atribuindo a responsabilidade ao reforço de trabalho que tem sido exigido no centro de vacinação contra a covid-19. 

A Unidade de Saúde Familiar (USF) Terras de Cira, de Vila Franca de Xira, tem apenas metade dos funcionários administrativosa de que precisa ao serviço e, por isso, até final de agosto não consegue abrir a porta aos utentes na hora de expediente. A maioria está a ser encaminhada para o Centro de Saúde da Póvoa de Santa Iria, cada vez mais sob pressão.

Rita Governo está há mais de uma semana com uma doença respiratória. Cumprindo o protocolo, contactou o SNS24 e foi enviada para uma estrutura local que acompanha estes casos. Descartada a covid-19, um médico informou-a de que iria ser contactada pela médica de família para reavaliar a medicação e passar a baixa. “Os dias foram passando e eu fui piorando sem que a médica me ligasse. Já tinham saído as notícias sobre o centro de saúde e não me valia de nada ir lá. Descobri o e-mail da minha médica de família e enviei uma mensagem a explicar a situação e recebi uma resposta automática de volta a dizer que dado o volume de mensagens o contacto podia não chegar em tempo útil mas afirmava também que se o assunto fosse uma baixa médica devia falar com o secretariado do centro de saúde”, explicou esta psicóloga de 32 anos à Voz do Operário.

Acontece que esta unidade continua fechada por falta de pessoal e tentou o contacto através do correio eletrónico do centro de saúde. Recebeu também uma resposta automática e percebeu que não iria conseguir falar com a médica nem tratar da baixa. Também tentou reagendar a vacina através de um contacto no whatsapp, referido na resposta automática. Quando escreveu para este número através deste serviço de mensagens, não queria acreditar. “Recebi uma mensagem automática a dizer que o serviço estava indisponível”. Só passados quatro dias recebeu uma chamada telefónica da médica de família.

Segundo o semanário regional O Mirante, em situação normal, este centro de saúde tem ao serviço oito administrativos, agora possui entre dois e quatro elementos, alertaram na última semana profissionais da USF vilafranquense. Esta USF tem dez balcões e dois postos de backoffice que servem 18.500 utentes inscritos.

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