A organização das mulheres na luta pela sua emancipação não tem calendário. Ainda há tanto por conquistar. A libertação económica das mulheres continua a não ser uma realidade, com muitas a serem empurradas para a prostituição ou para contextos em que ficam subjugadas à dependência económica dos homens. É inaceitável que a desigualdade salarial entre mulheres e homens continue a agravar-se e é inaceitável que o crescimento da extrema-direita ameace direitos conquistados com tanto suor e sacrifício. As mulheres não nasceram com uma função social pré-determinada. A maternidade deve ser uma escolha e o seu contrário também. Tampouco é tolerável que a violência doméstica, com a mulher como principal vítima, continue a ser o crime mais cometido no nosso país. Que haja canais no Telegram com 50 mil utilizadores, na sua esmagadora maioria homens, que partilham fotografias e vídeos íntimos de mulheres sem o seu conhecimento é abjeto. É dever de todos participar neste combate por uma sociedade sem discriminações nem violências em função do sexo, cor de pele, orientação sexual, religião, nacionalidade, idade ou da existência de algum tipo de deficiência.
Editorial
Luta sem calendário
