A iniciativa de homenagem ao fado vai, portanto, na sexta edição. A um domingo, como já manda a tradição, no dia 6 de novembro repete-se esta tarde dedicada ao fado, que já é uma referência nos espetáculos deste género musical. A partir das 15 horas, subirão ao palco do icónico salão da associação, os 13 homenageados e vários artistas. Uma vez mais, a receita reverterá para a melhoria das condições deste espaço de espetáculos. A organização adianta que as receitas de anos anteriores já foram aplicadas em obras recentes, que têm trazido significantes melhorias logísticas e de segurança ao espaço, aumentando o seu potencial, por forma a dar continuidade a várias atividades culturais e associativas.
Este evento é recente, no compto geral da centenária história d’ A Voz do Operário, mas a ligação entre a instituição e o fado remonta às suas origens, em 1879. Ao longo da história desta associação fundada por operários tabaqueiros, foram inúmeras as personalidades do mundo deste género musical que ajudaram a manter viva uma atividade regular, através de sessões de fado realizadas ou apoiadas pela instituição. As páginas do jornal que deu nome à Voz do Operário, foram também espaço para muitos autores publicarem as suas letras e defenderem o fado enquanto expressão cultural das classes trabalhadoras. Tanto assim foi que o arquivo da instituição acabou por representar um contributo imprescindível para a candidatura que resultaria na consagração, pela UNESCO, do Fado a Património Imaterial da Humanidade.
É esta relação indissociável, centenária e significativa que se pretende continuar a celebrar, segundo a organização.
A iniciativa homenageará, através de várias categorias, 13 personalidades que desempenharam ou vêm desempenhando um papel destacado no fado enquanto expressão cultural, bem como para A Voz do Operário. A organização refere que, para além de personalidades mais icónicas do mundo do fado, pretende também homenagear o papel das coletividades da cidade e seus fadistas populares, “que alimentam o fado a partir da raiz, fomentando assim a sua permanente reinvenção”, afimam. O prémio a entregar consiste numa estatueta – a Musa – desenhada pelo artista plástico Bruno Netto, inspirado na figura de Maria da Nazaré, a madrinha da Gala de Fado d’A Voz do Operário, e homenageada na primeira edição do evento, em 2017.
A organização pretende ainda dedicar o momento “Lembro-me de ti” – onde relembra uma figura ligada ao fado que tenha partido recentemente – o fadista Zé António, primeiro prémio Popular da Gala de Fado d’A Voz do Operário, falecido no passado mês de julho.
Durante a tarde, o palco será ainda pisado vários fadistas convidados que participam de forma voluntária no espetáculo, com o objetivo de contribuir para a angariação de fundos para obras de requalificação do salão de festas d’ A Voz do Operário e para a valorização e divulgação do fado. Os convidados da edição de 2022 serão Bruno Igrejas, Carla Cortez, Mafalda Arnauth, Nadine e Pedro Ferreira. O trio de músicos que acompanharão as muitas vozes da tarde será constituido por Luís Ribeiro, na guitarra portugues, António Neto, na viola, e Nuno Lourenço, presença já habitual na viola baixo das Galas de Fado d’A Voz do Operário.
Os bilhetes mantêm o valor da primeira edição (15, 10 e 7,5 para primeira plateia, segunda plateira e galerias, respetivamente) e podem ser já reservados ou adquiridos na sede da instituição.
Homenageados da 6.ª edição da Gala de Fado
Prémio Tributo – José Manuel de Castro
Prémio Compositor -Marino de Freitas | Samuel Cabral
Prémio Lisboa – Rita Ribeiro
Prémio Popular – Lino Ramos
Prémio Solidariedade – Jorge Baptista da Silva
Prémio Carreira – António Pinto Basto | Fernanda Maria
Prémio Divulgação – Associação de Fado da Madeira
Prémio Artes e Espectáculo – António Calvário
Prémio Poesia e Literatura – Daniel Gouveia
Prémio Revelação – Tiago Conceição | Raquel Maria
