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Novo confinamento e a resposta d’A Voz do Operário

Encontramo-nos de novo em confinamento. A evolução da situação epidemiológica acarreta um conjunto muito significativo de problemas sanitários, económicos e sociais.

À resposta imperativa no plano da saúde pública, acresce a necessidade de minimizar as consequências ao nível da atividade económica, bem como dos problemas sociais inerentes, não podendo a epidemia ser pretexto para o aumento da exploração e a redução de direitos.

A realidade que se vive no nosso País exige medidas excecionais de proteção da saúde e da vida, devendo proceder-se ao significativo reforço do programa de vacinação. Face à falta de cumprimento de fornecimento de vacinas, há que decidir, em nome dos interesses nacionais e do povo português, a aquisição de outras vacinas já autorizadas pela OMS, ultrapassando resistências políticas e não ficando refém de decisões da União Europeia, comprometida que está com os grandes grupos farmacêuticos que olham para a produção das vacinas como um grande negócio e não como um bem público.

Por outro lado, exige-se a concretização por parte do Governo das medidas inscritas no Orçamento do Estado no que respeita ao reforço do Serviço Nacional de Saúde, que apontam para a contratação de milhares de profissionais em falta, para o aumento da capacidade de internamento, particularmente na área dos cuidados intensivos, medidas que são decisivas para a resposta não só à Covid-19, mas para a urgente recuperação dos atrasos e o regresso à normalidade na atividade do SNS.

Também no plano social é urgente adotar medidas de apoio às famílias para que os seus rendimentos não sejam reduzidos.

A conjuntura que atravessamos é particular difícil para aqueles que vivem do rendimento do seu trabalho. A Voz do Operário encara esta situação com grande apreensão e enquanto Instituição de Solidariedade Social, vem desenvolvendo um grande esforço para que o impacto quer nos utentes, quer nos seus trabalhadores seja o menor possível.

Encontrando-se de novo suspensa a atividade letiva presencial, tudo estamos a fazer para que as nossas crianças, nos vários níveis de ensino, continuem a ser acompanhadas. Nesse sentido, foram implementadas estratégias tendo em vista o apoio às famílias e o acompanhamento dos alunos através da apresentação de propostas de trabalho, tarefas, etc. procurando minimizar as dificuldades do ensino à distância, reproduzindo tanto quanto possível as dinâmicas de sala e tentando garantir que o percurso e progresso de cada criança na construção individual do currículo seja o menos possível afetado.

Procedemos ao empréstimo de equipamentos para as crianças que os não tinham, para que ninguém fique de fora.

Apesar das dificuldades inerentes a esta situação (nada pode substituir a riqueza, a todos os níveis, do ensino presencial), temos recebido rasgados elogios à forma como estamos a acompanhar as crianças.

Por outro lado, mantemos em pleno as atividades de apoio domiciliário que prestamos na Graça e no Laranjeiro, reforçamos a atividade do nosso refeitório social, que serve agora diariamente cerca de quatro centenas de refeições, ao mesmo tempo que continuamos a levar a refeição a casa dos nossos utentes do Centro de Convívio.

O nosso equipamento do Lavradio continua em funcionamento, agora para acolher os filhos daqueles que desenvolvem funções essenciais.

Reiteramos o nosso objetivo de que os trabalhadores d’A Voz do Operário mantenham o seu vencimento na íntegra, tendo para isso recorrido de novo ao lay-off simplificado, como forma de compensar a perda de receitas.

Fundada por operários no seio da luta contra a exploração e com uma rica história na defesa das causas dos trabalhadores, A Voz do Operário não pode deixar de saudar calorosamente o Partido Comunista Português, que no próximo dia 6 de março comemora 100 anos de existência. São 100 anos de reconhecida luta heroica contra a exploração, em prol dos trabalhadores e do povo, pela liberdade e pela democracia, mesmo com o sacrifício da própria vida de muitos dos seus militantes.

Na luta por uma vida melhor, é bom contarmos com organizações como o PCP, a quem formulamos votos de grande êxito no prosseguimento da defesa das causas dos trabalhadores e do povo e na concretização de uma sociedade sem exploração.

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