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Trabalhadores exigem aumentos salariais e direitos

Centenas de trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa protestaram em frente à sede desta instituição para exigir atualizações salariais e o respeito dos direitos consagrados no Acordo de Empresa junto à sede da instituição em Lisboa.

Os trabalhadores, que realizaram a 19 de novembro uma greve de 24 horas, concentraram-se da parte da manhã junto às instalações da Santa Casa, envergando cartazes onde escreveram “Nós também somos uma boa causa”, “Aqui há precariedade”, “Descongelamento das profissões e aumento salarial”, “Motoristas exigem a reintegração na carreira profissional”, “Em luta por direitos” e “Merecemos reclassificação”.

Quem passava pelo Largo Trindade Coelho, no Bairro Alto, pôde ouvir palavras de ordem como “Queremos descongelamentos”, “A luta continua”, “Valorização”, “Aldrabões” e, visando o Provedor da Santa Casa, “Edmundo [Martinho], escuta, os trabalhadores estão em luta”.

Patrícia Rodrigues, do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas (STFPSSRA), afirmou à Lusa que a administração da Santa Casa está em incumprimento com os sindicatos e com o Acordo de Empresa, relativamente às progressões e ao processo de avaliação de desempenho, e defendeu que “tem que haver atualização salarial de todas as tabelas para todos os trabalhadores e tem que haver descongelamento das progressões”.

“Além disso, nós achamos que é imperativo haver reforço de pessoal e que a Santa Casa tenha uma contratação coletiva que respeite e reforce os direitos de trabalhadores. Na prática, aquilo que está a acontecer é que a Santa Casa pretende reduzir os direitos dos trabalhadores e isso a custo zero”, afirmou, destacando que “os trabalhadores estão insatisfeitos, estão cansados e não vão desmobilizar enquanto não conseguirem que as suas reivindicações sejam respeitadas”.

De acordo com a sindicalista, a Santa Casa alega que há falta de orçamento devido à pandemia e, em consequência, ao “decréscimo de apostas nos jogos sociais, o que resultou em menos receitas, e com um acréscimo relativamente aos apoios sociais prestados a utentes da cidade de Lisboa”.

“Relativamente à questão das progressões e atualizações salariais, o motivo que nos dão é esse. Relativamente a outras matérias, nem sequer nos vão dando resposta. É sempre para remeter para a discussão, vão ver, vão ver, mas depois na prática nunca nada resulta no concreto, nomeadamente a questão da avaliação de desempenho”, acrescentou.

Já António Quitério, do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL), lembrou que o problema da falta de atualizações e de progressões na carreira já se arrasta desde antes da pandemia e considerou que a crise sanitária está agora a servir como mais uma “desculpa esfarrapada”.

“Havia sempre uma desculpa, digamos. Era a forma de gestão da própria Mesa Administrativa, agora é pela questão da pandemia. Mas isto não tem cabimento. Nós não aceitamos. O concreto é que eles não respeitam os trabalhadores. A Mesa não respeita os trabalhadores e encontra sempre justificação. Encontra sempre – desculpe a expressão – desculpas esfarrapadas para que não haja aumento e respeito pelos seus trabalhadores”, considerou.

Pela tribuna pública instalada em frente à Santa Casa, que tem 6300 trabalhadores, passaram motoristas professores, auxiliares de educação, psicólogos, auxiliares de creche e de ATL, de casas de acolhimento, auxiliares de geriatria e de apoio domiciliário, fisioterapeutas, telecomunicações, assistentes sociais e do hospital de Santana, trabalhadores do Departamento de Jogos e da cultura, entre outros.

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