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Lisboa e Loures contra Linha Circular

Os vereadores do PCP na Câmara Municipal de Lisboa apresentaram uma moção para suspender o projeto da Linha Circular do Metropolitano, reforçando a iniciativa proposta no anterior mandato, que foi aprovada só com os votos contra do PS.

“Só a obstinação do Governo e da anterior maioria na Câmara Municipal de Lisboa justificou, contra tudo e contra todos, o arranque do projeto”, afirmou a vereação do PCP, em comunicado, segundo a Lusa, considerando que a alteração da composição do executivo, na sequência das eleições autárquicas de 26 de setembro, permite que o município assuma “uma oposição ativa à concretização deste erro estratégico, procurando soluções que o evitem”.

Os comunistas propuseram que o atual executivo municipal de Lisboa, sob a presidência do social-democrata Carlos Moedas, decida “instar o Governo a determinar ao Metropolitano de Lisboa a suspensão de todo o processo relativo à construção da Linha Circular, incluindo a instrução ao Metropolitano de Lisboa para não assinar a concessão da obra dos viadutos do Campo Grande”.

Para os comunistas, a concretização do projeto da Linha Circular do Metropolitano de Lisboa seria “um erro colossal, com efeitos negativos significativos nas opções de mobilidade na cidade de Lisboa”, inclusive porque a discussão pública confirmou a oposição das populações e de técnicos especialistas na área, refere a Lusa.

Além de defenderem a suspensão do projeto, os vereadores do PCP querem “solicitar ao governo uma articulação urgente com a Câmara Municipal de Lisboa, para identificar as prioridades que devem ser estabelecidas para a rede do Metro, reavaliando o impacto da suspensão imediata das obras da Linha Circular, refazendo projetos e fazendo os estudos de impacto financeiro”.

O documento do PCP, subscrito também por CDS-PP e PSD, contou ainda com os votos favoráveis do BE, partido que tinha um acordo de governação com o PS e que chumbou a linha circular, apesar de ter votado contra na Assembleia da República.

Loures também vota contra linha circular

Apesar da mudança de cor política no concelho de Loures, a moção da CDU teve o voto favorável da maioria do executivo municipal, presidido pelo PS, que se absteve.

Durante a apresentação da moção, o vereador comunista Tiago Matias justificou a oposição à linha circular com o facto de os utentes do futuro metro de Loures terem de efetuar um segundo transbordo na estação do Campo Grande, caso este projeto se concretize.

“Prejudica fortemente os munícipes de Loures que se deslocam de e para Lisboa. Aquilo que queremos é que seja assegurada a rapidez e a eficácia dessa deslocação”, argumentou, segundo a Lusa.

Tiago Matias explicou que “esse pressuposto tem em conta o modelo do metro de superfície, anunciado em julho pelo governo, para o concelho de Loures, no distrito de Lisboa, que prevê já um transbordo na estação de metro de Odivelas, na Linha Amarela.

Nesse sentido, a moção aprovada manifesta “a sua viva oposição à concretização do projeto da linha circular” e insta o governo a “determinar ao Metropolitano de Lisboa a reavaliação imediata de todo o processo”.

O presidente da Câmara Municipal, Ricardo Leão, fez muitas críticas à moção da CDU mas o documento acabou mesmo por ser aprovado.

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