O verão é, para muitos, sinónimo de férias. Nos últimos anos, os diferentes governos apostaram no turismo como principal fonte de receita do país. Apesar dos alertas, PS, PSD e CDS-PP não se preocuparam com a volatilidade de um setor que pode sofrer fortes quebras perante factores como a violência, catástrofes naturais ou pandemias. Foi o que aconteceu com o novo coronavírus. Em face de uma oportunidade para debatermos que modelo económico queremos, os suspeitos do costume entendem que a estratégia a seguir deve ser a mesma. O problema não é o turismo, é o tipo de turismo mas, sobretudo, o peso relativo que tem na economia nacional. Precisamos de um modelo que tenha a indústria como motor da economia, que aposte em trabalho qualificado, estável e bem pago, que gere valor e que garanta a soberania produtiva. A União Europeia destinou aos países do sul o comércio, serviços, construção e turismo e ao norte a indústria especializada. Esta geografia é fruto de décadas de desmantelamento dos aparelhos produtivos de países como Portugal, Espanha e Grécia.

Se a pandemia não é suficiente para obrigar quem nos governa a mudar de rumo, a luta é o caminho para resgatar um país em que caibamos todos e não apenas alguns. 

“No más pobres en un país de ricos” foi o lema de campanha de Pedro Castillo, vendedor das eleições presidenciais no Peru, cujo resultado a direita se recusa a reconhecer. 

Da Colômbia ao Chile, os povos levantam-se para rejeitar as políticas neoliberais. Apesar da pandemia, o número de assassinados é tal que nas principais cidades colombianas preferem morrer a protestar nas ruas que numa cama de hospital. 

No Brasil, com Lula muito à frente nas sondagens, Jair Bolsonaro é apontado como responsável por mais de meio milhão de mortes. Uma verdadeira hecatombe que poderia ter sido evitada sem as opções negacionistas do presidente de extrema-direita

Artigos Relacionados