Respeite a distância, ou frases parecidas com o mesmo sentido, fazem parte do quotidiano com que nos defrontamos no dia a dia quando utilizamos os transportes públicos.

Da minha experiência de circulação a diversas horas do dia, verifico que a maioria das pessoas procuram cumprir esse preceito profilático, estando convencido que por consciência do perigo que a covid representa.

Os problemas aparecem quando o número de utentes torna impossível o cumprimento da regra dos 2m.

Fora das horas de ponta normalmente é fácil manter a distância recomendada, mas quando a procura é maior já não há espaço físico que permita as devidas precauções, por muito confinados que estejamos, a não ser que o país ficasse ainda mais paralisado, agravando a já tão degradada situação económica e social.

As notícias divulgando os números das empresas de transportes públicos dizem-nos que a quebra na procura em 2020 foi superior a 30%, chegando nalguns casos a atingir os 60%. Porém, a redução do número de passageiros não foi homogénea ao longo do dia nem nos dias da semana.

Considerando que a oferta há muitas décadas se mostra insuficiente nos períodos de maior procura, com veículos superlotados (a minha memória não vai tão longe que chegue à época em que tal não acontecia) só quem não tenha noção da realidade pode pensar que passe a dar a resposta quando se pede uma redução da lotação, mesmo com teletrabalho e escolas encerradas.

Solução? Perguntar-se-á. Máxima vacinação, sem ficarmos presos ao negócio das vacinas, conforme já amplamente tratado.

Enquanto o processo de criar imunidade decorre, não havendo hipótese de responder de outra forma proteger o máximo possível os efeitos ocasionados pela proximidade.

Acontece, porém, o que não se espera: a linha Verde do Metropolitano de Lisboa circular às 6 da tarde com apenas 3 carruagens, isto é, 50% da oferta prevista, sem qualquer aviso ou justificação ao público.

É que por muito que as televisões aconselhem a ficar em casa, muitos têm de ir trabalhar.

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