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Leituras para o verão

As listas de leituras para o verão são um clássico do qual não queremos abdicar. Este ano, debruçamo-nos sobretudo sobre ficção, mas não esquecemos os nossos leitores mais novos; naturalmente que todas as sugestões para crianças são igualmente indicadas para adultos mais desenvoltos. Boas leituras!

As Palavras que Fugiram do Dicionário, Sandro William Junqueira

Eliete

Dulce Maria Cardoso, Tinta da China

A extraordinária prosa de Dulce Maria Cardoso está de regresso, sete anos após o seu último romance (Prémio Especial da Crítica; Livro do Ano dos jornais Público e Expresso). Eliete (que terá sequela) relata-nos a vida comum da personagem com o mesmo nome, que se encontra a meio da vida, numa suspensão inquietante, que a banalidade dos dias parece não querer deixar adivinhar. Mas Eliete tem uma história e está prestes a descobrir a parte encoberta – um vendaval.

Orlando e o Tambor Mágico

Alexandra Lucas Coelho, Alfaguara

Orlando tem oito anos e não consegue dizer os «éles». A mãe e o pai estão separados mas moram no mesmo bairro de Lisboa, bem como os seus amigos. Nesta segunda aventura da série, Orlando viaja até à Guiné-Bissau com o pai e descobre que as árvores também falam e que há tambores mágicos que vêm das árvores. Esta aventura é inspirada numa viagem que Alexandra Lucas Coelho fez à Guiné-Bissau na altura do 25 de Abril.

A Ilíada de Homero Adaptada para Jovens

Frederico Lourenço, Quetzal

Como escreve o próprio Frederico Lourenço, Ilíada «propõe uma circunstância redentora para a vida humana: levarmos os nossos objetivos até ao fim, custe o que custar, doa a quem doer, e nunca abdicarmos do bem supremo pelo qual devemos lutar com unhas e dentes (ou, melhor dizendo, lanças e espadas): a nossa própria autoestima». Esta é uma excelente oportunidade para aproximar os leitores mais novos do universo clássico.

Maré Alta

Pedro Vieira, Companhia das Letras

“Num romance sem heróis, onde todos lutam, sobrevivem e morrem a tentar ser livres, é possível, embora vão, tentar destrinçar, no meio do medo e da culpa, onde acaba a ficção e começa a realidade. E se, por vezes, a intimidade da escrita nos aproxima de acontecimentos distantes, noutros, é a frieza da narrativa que resguarda momentos de grande profundidade. Maré alta é um retrato cru e épico do Portugal do século XX e de quem o viveu, no limiar onde a esperança, o sonho e a memória se confundem e perdem na sucessão de marés.”

O Banquete

Platão, Tinta da China

O enredo da discussão sobre Eros no Banquete é um dos fundamentos da cultura ocidental, que, mesmo temperada pelo elemento judaico-cristão, em muitos aspectos mais oriental, permanece assente no solo greco-latino. A intervenção de Sócrates (e, sejamos justos, de todos os outros convivas) interpretando Eros como uma relação, uma carência, um desejo, entrou no discurso sobre o amor, que é um dos discursos com maior continuidade da nossa história cultural e filosófica, e chegou mesmo à mais vulgar conversação e escrita. — Prefácio, José Pacheco Pereira.

As Palavras que Fugiram do Dicionário

Sandro William Junqueira

Vencedor do prémio da SPA para melhor obra literária infanto-juvenil, este é um livro onde se inventam palavras! “O dicionário é a casa onde moram palavras. As que limpam as janelas, as que gostam de beber café, as que trazem correntes de ar, as que fazem de lanterna no escuro, as que têm os pés pequenos, as que frequentam as árvores, as que pulam como sapos. Entre as finas paredes do dicionário podemos admirá -las. Investigar o que fazem elas da vida. Este livro vai atrás dessas que nunca se deixam apanhar. Não para as prender. (Como se isso fosse possível?) Somente para lhes tirar um retrato.”

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