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A Voz do Operário no 41.º Congresso do MEM

Nos dias 18,19 e 20 de julho, muitos dos profissionais da educação dos espaços educativos d’A Voz do Operário juntaram-se a centenas de outros profissionais, vindos de todo o país, no congresso do Movimento da Escola Moderna (MEM), para ouvir, partilhar e refletir sobre as práticas pedagógicas no seio do MEM.

O ano letivo terminou mas, para os profissionais das escolas d’A Voz do Operário, ainda há muito a fazer antes de se ir de férias.

Julho foi um mês de balanços e reflexão mas também um mês em que se começou a preparar o ano letivo que não tarda está a começar. Pensámos soluções para as nossas necessidades enquanto comunidade escolar, organizámo-nos e preparámo-nos pois, em setembro, quando o novo ano arrancar e tivermos grupos novos, novas pessoas: colegas, crianças e famílias, o tempo para refletir mais profundamente sobre aquilo que somos enquanto escola será votado aos laços novos que se constroem e ao fortalecimento daqueles que já existiram em anos anteriores. É então, a altura para pensarmos como prosseguimos no nosso projeto pedagógico e que escola queremos ser.

Foi por isso que, como é hábito, nos dias 18,19 e 20 do mês de julho, muitos dos profissionais da educação dos espaços educativos d’A Voz do Operário se juntaram às centenas de outros profissionais, vindos de todo o país, naquele que foi o 41º congresso do Movimento da Escola Moderna (MEM), para ouvir, partilhar e refletir sobre as práticas pedagógicas no seio do MEM.

Não deixamos de destacar que foi com agrado que este ano notámos uma maior afluência de profissionais da educação, caras novas, que vinham à descoberta de uma outra forma de trabalhar e que espelhavam o brilho nos olhos de quem descobriu algo maior por descobrir, que rompe com maioria do dia-a-dia nas escolas e jardins-de-infância, esse dia-a-dia que se dedica a cultivar capacidades e habilidades e a fornecer um conhecimento de factos e teorias centrados no detentor do conhecimento: o Professor. Mas, nestes três dias, os colegas puderam ver e ouvir falar da forma como “o Modelo” se constrói em constante partilha e reflexão, apoiando-se numa conceção de criança enquanto ser participante e ativo nos processos de planeamento e avaliação, de forma cooperada e negociada com os educadores/professores que partilham, desta maneira, as responsabilidades educativas com as crianças através do diálogo e de práticas sociais num espaço de comunidade, construindo conhecimento, edificando valores e acrescentando sentidos aos recursos de aprender.

Este ano, em grande grupo, pudemos refletir através das palavras de Jorge Ramos do Ó, na Conferência “Uma travessia do Pensamento sobre a Escrita” sobre a importância da escrita enquanto promotor da reflexão e da consciência crítica. Por sua vez, nas sessões plenárias, os temas foram diversos. Na sexta-feira, em “Educação, Sustentabilidade e Economia Circular”, Assunção Folque, Conceição Canivete e Samuel Niza partilharam com a audiência ideias e projetos de sustentabilidade na educação, levando-nos a pensar sobre este tema tão na moda e tão pertinente mas que ainda não ganhou o espaço merecido e necessário no dia-a-dia das escolas. Pensar o papel da escola na educação para a sustentabilidade e para o consumo ponderado tornase urgente nos nossos dias pois esta é uma realidade que é vivida fora das portas da escola.

Por sua vez, no sábado, Helena Gil, Susana Barbosa e a nossa Helena Galvão, uma das professoras de matemática e ciências do 2.º ciclo d’A Voz do Operário, levaram-nos em “Educação matemática: a construção conjunta das aprendizagens” à reflexão sobre a construção do conhecimento matemático e sobre como a matemática se encontra como parte, mas também solução, para as situações problemáticas e na organização do dia-a-dia no contexto pedagógico do MEM. E como um dos princípios pedagógicos do movimento da escola moderna assenta na comunicação e partilha das nossas inquietações pedagógicas, da vivência do grupo e dos processos que cada um tem vindo a fazer ao longo do seu percurso profissional, as nossas educadoras e professoras fizeram questão de partilhar com a restante comunidade o trabalho desenvolvido ao longo do ano.

No total, as educadoras e professoras d’A Voz do Operário fizeram, a título individual ou com os seus grupos cooperativos, mais de cinco comunicações e participaram na exposição com os projetos e outros produtos resultantes do trabalho realizado durante o ano letivo e que transpareciam as suas práticas desde o pré-escolar até ao 2º ciclo.

Foram dias longos e cansativos em que se juntaram os profissionais que dão vida a este modelo. Profissionais reflexivos, agentes que promovem a reflexão, o questionamento e avançam em conjunto num processo contínuo de autodescoberta e de crescimento, dentro e fora das suas salas com as crianças e com os colegas, dando assim o seu contributo para a construção de uma sociedade equitativa e democrática. Por este ano terminou ou, como alguém dizia por lá: “agora é que já está a começar”, pois levamos para as férias as inquietações pedagógicas que nos fazem mover. Levamos também a certeza de que para o ano, dessa vez em Leiria, lá estaremos novamente.

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