É um clássico ao qual o governo liderado por António Costa não escapa. O executivo PS pretende ver aprovadas na Assembleia da República as alterações à legislação laboral num momento em que boa parte dos portugueses vão a banhos. Esta é uma das queixas da CGTP que considera “inaceitável que o governo tente aprovar, em período de férias, a sua proposta de lei”. Por isso, anunciou aos jornalistas, em conferência de imprensa, uma manifestação nacional para 10 de julho em Lisboa contra a intenção governamental que recebeu o apoio das organizações patronais e da UGT. “Apesar dos avanços alcançados com a luta dos trabalhadores, no quadro da nova relação de forças existente na Assembleia da República, […] subsistem problemas dos trabalhadores» que não são resolvidos por parte do Governo, afirmou a central sindical, no dia anterior, quando acusou o PS de se manter ao lado da direita e do “grande capital” naquilo que é “estratégico e estrutural”. A CGTP apelou, desta forma, à participação geral dos trabalhadores numa ação de protesto que consideram importante para impedir que se apliquem medidas gravosas como o alargamento do período experimental de 90 para 180 dias dos contratos sem termo celebrados com trabalhadores à procura de primeiro emprego ou em situação de desemprego de longa duração. Por sua vez, nos contratos de muito curta duração, passa de 15 para 35 dias e são alargados a mais sectores. A central sindical contesta ainda a legitimação da precariedade a empresas que tenham excesso de rotatividade e que ficam obrigadas a pagar uma taxa à Segurança Social.
A Intersindical Nacional decidiu também convocar todos os seus ativistas para estarem presentes nas galerias da Assembleia da República no dia em que vai ter lugar a votação daquela proposta. “O país precisa de dar um salto no desenvolvimento económico e social, de fazer a efectiva ruptura com a política de direita, de se libertar dos constrangimentos que condenam os trabalhadores à pobreza”, defendem os sindicalistas que aproveitaram para salientar a “importância” das eleições legislativas de 6 de outubro. A CGTP considera que a ida às urnas se reveste “de elevada importância e constituem um momento decisivo” para “impedir que PS, PSD e CDS retomem o caminho do retrocesso económico, social e laboral”.
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